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Corpo de professor gay morto queimado com colega passa por exame de DNA

A Polícia Civil não foi localizada para comentar sobre o crime; outro professor já foi enterrado

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2016 às 19:30

 - Atualizado há 2 anos

O corpo do homem encontrado junto com o do professor Edvaldo Silva de Oliveira segue no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana e aguarda ser identificado. A suspeita é de que o corpo seja do também professor Jeovan Bandeira, que está desaparecido desde o dia do crime, na última sexta-feira (10), no município de Santaluz, no Nordeste do estado. (Foto: Notícias de Santaluz)Ambos foram vistos pela última vez quando deram aula à noite no Colégio Estadual José Leitão. Eles não foram mais vistos depois de saírem do trabalho juntos. Dois corpos foram encontrados carbonizados horas depois dentro de um carro Hyundai HB20S branco, na rodovia BA-120. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (SEC) lamentou a morte de Edvaldo, mas não citou Jeovan, já que o corpo não foi oficialmente identificado.

De acordo com a assessoria do Departamento de Polícia Técnica (DPT), o corpo, que pode ser de Jeovan, estava muito carbonizado e não foi possível ser identificado através da arcada dentária. Por conta disso, uma amostra de DNA foi colhida e encaminhada para Salvador, onde passará por exame de identificação. Ainda não há previsão para conclusão do exame.

ComoçãoNa segunda-feira, centenas de moradores da cidade de 32 mil habitantes foram às ruas em um protesto. Erguendo faixas contra a violência, eles fizeram paradas em frente ao fórum, à delegacia e à Câmara Municipal gritando palavras de ordem por justiça. Eles pediam rapidez na investigação e punição para os culpados pelo crime bárbaro.

Um novo protesto está marcado para segunda-feira (20) a partir das 14h, organizado pelo Centro Educacional Nicanor Tiburcio dos Reis (Centir), a Escola Municipal Antonio Nolasco da Silva e o Colégio Estadual Necy Novaes. A passeata, com todos vestidos de branco, será em homenagem aos professores mortos e pedindo a resoluçaõ do caso. População foi às ruas após morte de professores (Foto: Notícia de Santa Luz)HomofobiaPara o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), as mortes dos professores se tratam de crimes de homofobia. "Nós avaliamos que é muito grave, foram duas pessoas, dois homossexuais que foram assassinados terrivelmente. Foram carbonizados dentro de um carro, sendo que um foi quase que impossível de identificar", disse Marcelo Cerqueira. "Eles eram homossexuais, então todo crime enviolvendo homossexual tem um requinte de homofobia", acredita.

Ele disse que o GGB acredita na justiça. "Primeiro é uma felicidade muito grande saber que a população de Santa Luz foi para rua protestar porque são dois professores, dois educadores. E segundo a tristeza de que até agora esse caso não foi solucionado. A gente acredita na justiça e pede apoio da população, quem souber mais informação para elucidar esse crime se comunique com a gente que repassamos à polícia".

Nesta quinta-feira (16),  os professores foram homenageados pelo GGB durante um ato no Terreiro de Jesus em homenagem aos 50 mortos na boate gay Pulse, em Orlando. Madrinha da Parada Gay 2016, Rosemma Maluf, que estava presente, também comentou o caso. "Acho que o cidadão consciente está dizendo basta, basta de violência. Não só homofobia, mas todo tipo de violência. Ninguém suporta mais, estamos presos dentro de casa", afirmou.  "Ninguém precisa aceitar. Aceitação é coisa de foro íntimo. Mas respeitar é obrigação. O respeito é fundamental", disse.

O delegado responsável pelo caso, João Farias, não foi localizado pelo CORREIO para comentar sobre o andamento das investigações. Segundo agentes da delegacia local, o titular da cidade passou o dia ouvindo pessoas relacionadas ao caso.

Procurado pela reportagem, o titular da 15ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Serrinha), Mozart Cavalcanti, também não foi localizado para esclarecer detalhes do crime. Em nota, a Polícia Militar não falou sobre o crime e informou que todas as informações serão passadas pelas Polícia Civil.

* Com informações do repórter Gil Santos