Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Estadão
Publicado em 3 de outubro de 2024 às 07:57
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou uma proposta para reformular a forma como é realizado o reajuste dos planos de saúde, que será levada a audiência pública, além de outros aspectos relacionados ao setor. >
Uma das mudanças seria permitir que planos de saúde façam reajustes excepcionais, acima do autorizado pela agência, em planos individuais. Isso poderia ocorrer no caso de um "desequilíbrio econômico-financeiro" no contrato.>
Já no caso de planos coletivos, a ANS propõe definir, por exemplo, uma cláusula padrão para a realização de reajustes das mensalidades, de modo que haja maior transparência no processo.>
As sugestões da agência serão submetidas a uma audiência pública no dia 7, que será realizada de forma virtual, das 14h às 17h. Para participar, é preciso preencher o formulário de inscrição até as 17h de amanhã.>
Para mais informações, acesse aqui.>
A forma como ocorrem os reajustes em planos de saúde é decidida pela própria ANS, mas, segundo a agência, a proposta final será elaborada conforme as contribuições apresentadas no processo de discussão. A ANS, porém, já deu indicações de como pretende alterar a regulação em vigor.>
Eixos de discussão>
A proposta da ANS prevê cinco eixos de discussão em audiência pública: reajuste de planos coletivos; mecanismos financeiros de regulação (coparticipação e franquia); venda online; revisão técnica de preços de planos individuais/familiares; e planos exclusivamente ambulatoriais.>
No caso dos planos coletivos, as mensalidades são calculadas a partir dos custos gerados por diversos usuários. Então, quando uma pessoa faz parte dessa modalidade, sua mensalidade é cobrada levando em conta o custo gerado por todo aquele grupo. Assim, os custos gerados por quem utiliza muito o plano acabam diluídos devido a quem utiliza pouco. Hoje, o reajuste de planos coletivos é feito a critério das operadoras, podendo ser notificadas pela ANS caso haja acréscimos exorbitantes.>
A diluição dos custos para proporcionar mensalidades mais condizentes também esteve no foco do relatório do deputado Duarte Júnior (PSB-MA), que relata o PL dos Planos na Câmara. Em novembro do ano passado, ele propôs que os reajustes fossem feitos conforme o tamanho das operadores. Para empresas pequenas, com contratos de até 99 vidas, o cálculo deveria levar em conta todos os usuários para determinar o porcentual de aumento. A estratégia é para que não haja aumento abusivo em planos de poucas pessoas. Até agora, porém, o PL está parado na Câmara.>
Ambulatoriais>
Os planos ambulatoriais, que disponibilizam atendimento médico, mas sem cobertura de internação, também serão debatidos. O tópico foi incluído a pedido do diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello. Segundo ele, é preciso estabelecer um regramento claro para a modalidade, chamada de "cartões de desconto", que é cada vez mais usada no Brasil.>
"Hoje em dia, sabemos que há cerca de 60 milhões de pessoas usando cartões de desconto, que são produtos baratos, sem qualquer tipo de regulação e fiscalização, mas que possibilitam a realização de consultas e exames", disse.>
No caso de coparticipação e franquia, a ANS sugere que haja definição do porcentual máximo de coparticipação a ser cobrado por procedimento. Além disso, a agência propõe que seja fixado um valor-limite mensal e anual para a cobrança de coparticipação A agência também quer definir sobre quais procedimentos não poderá haver cobrança.>
Por fim, a ANS propõe que haja debate sobre os critérios da venda online de planos. A agência quer que seja estabelecida a obrigatoriedade de venda desses produtos de forma online, "a fim de facilitar o acesso dos consumidores a diferentes opções de produtos, de forma rápida".>
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa o setor de planos, afirmou que ainda está analisando as propostas feitas pela ANS e não vai comentar.>
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>