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Tharsila Prates
Publicado em 3 de agosto de 2025 às 17:13
O guia de turismo indonésio Ali Musthofa, de 20 anos, pediu desculpas à família de Juliana Marins, a quem acompanhava na subida ao monte Rinjani antes da queda fatal da publicitária em junho, e também ao Brasil e aos indonésios. Ele deu entrevistas a canais do YouTube, divulgadas na última sexta-feira (1º).>
"Sinto muito por tudo que aconteceu. Se eu pudesse voltar no tempo, eu arriscaria minha vida ao máximo para tentar salvar Juliana, mas Deus quis diferente, então peço desculpas à família dela, à grande família do júri e ao povo do Brasil pelo meu fracasso. E aos indonésios me desculpo por fazer a Indonésia parecer mal nessa situação", disse o jovem.>
Ele contou ainda que pediu permissão a Juliana - que estaria mais atrás do grupo e pediu uma pausa - para alcançar os da frente na trilha e checar se estavam bem. "Queria dar água e biscoitos. Sabia que estariam com fome no topo", relembrou o guia. Nesse momento, ele confirma que a jovem se sentou e que disse a ela: "Vou esperar você lá".>
Mas, segundo ele, depois de esperar, Juliana não veio e o jovem resolveu voltar. Na entrevista, ele afirma também que o local de descanso é seguro. "Por isso, dei a ela esse lugar. É seguro para descansar." Ele volta a dizer que parou na frente, esperando que Juliana o alcançasse. Esperou por cerca de meia hora, disse ele, momento também em que aproveitou para fumar.>
Quando retornou ao ponto em que ela estava, Ali Musthofa disse que não a viu, apenas enxergou uma lanterna a 150 metros abaixo do ponto onde ela deveria estar. "Tive a sensação de que era a Juliana. Entrei em pânico.">
Ainda de acordo com Musthofa, quando percebeu que ela havia caído, ele gritou para que ficasse parada e não se movesse. "Ela só conseguia dizer: ‘Help me’ [me ajude, em inglês]", relatou.>
Em um primeiro momento, Juliana estava a cerca de 200 metros da trilha - o local exato foi confirmado por imagens de drone feitas por turistas. No final, após as buscas, o corpo de Juliana foi resgatado por uma equipe repleta de voluntários, que chegaram a dormir pendurados no penhasco para conseguir alcançar a jovem - ela já estava a cerca de 600 metros da trilha. Segundo o pai da vítima, Manuel, quando foi localizada novamente por drones, no dia 23 de junho, dessa vez "aparentemente imóvel", Juliana já estava morta.>