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Tharsila Prates
Publicado em 6 de agosto de 2025 às 23:16
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, conseguiu abrir os trabalhos legislativos no fim da noite desta quarta-feira (6) após a obstrução de mais de 24h imposta por parlamentares da oposição que querem anistia aos acusados do 8 de Janeiro e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.>
Depois de uma negociação de horas, ele conseguiu se sentar à Mesa e, com bastante dificuldade no início, fez um discurso de cerca de 15 minutos em que pediu respeito à Casa e afirmou que "projetos individuais, pessoais ou até eleitorais" não podem estar à frente da vontade do povo que o Parlamente representa.>
"A nossa presença aqui é para, primeiro, garantir a respeitabilidade à esta mesa, inegociável, e segundo para que esta Casa possa se fortalecer. Tenho um compromisso firme com o fortalecimento desta Casa, que deve ser um local de debate. Quando me elegi, disse que, aqui nesta cadeira, não estava sentando um presidente-deputado, mas um deputado-presidente. Lutarei pelo respeito às prerrogativas e respeito ao mandato. Sei do direito de cada um de exercer o direito à fala e o nosso direito de presidir os trabalhos", começou.>
Ele afirmou também que o país vive "um momento de ebulição", de "crise institucional" e que "não estamos vivendo tempos normais", mas que não é possível negociar a democracia.>
"Precisamos ter a capacidade de dialogar, fazermos os enfrentamentos necessários e fazer com que a maioria prevaleça. Tenho preocupação com o momento, com essa crise institucional, com um debate que nos coloca até num conflito internacional, mas aqui mora a construção das soluções. Não podemos deixar que projetos individuais, pessoais ou até eleitorais possam estar à frente daquilo que é maior do que todos nós, o nosso povo", discursou.>
Após dizer que vai dialogar sem preconceito à qualquer pauta e que a oposição tem o direito de se manifestar - mas obedecendo ao regimento da Câmara e à Constituição -, ele encerrou os trabalhos, afirmando que marcará uma sessão deliberativa, deixando a Mesa na sequência. Ao término da fala, parlamentares gritaram "Anistia já".>