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Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2009 às 00:23
- Atualizado há 2 anos
'Não haverá rendição do povo palestino diante da ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza'. A declaração é do embaixador da Autoridade Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, em entrevista à Agência Brasil, nesta segunda-feira (5).>
“A única maneira para solucionar o conflito é negociar. Não negociar só com bombas. Isso não é negociação, é rendição. E nosso povo não vai se render”, disse o embaixador que nasceu na Jordânia e está no Brasil há seis meses. Al Zeben já representou a Palestina em Cuba e na Colômbia.Ibrahim Al Zeben critica confronto>
O embaixador afirmou que o povo palestino já cedeu tudo o que podia em termos de território.“Nós já cedemos. Nós cedemos os 78% do nosso território. Israel está edificado em 78% do território palestino. Antes de 1948 não existia. A partir de 1948 eles se constituíram e nós já aceitamos isso. O problema é que Israel não aceita que os 22% que sobraram fique com os palestinos. Por isso, constrói muros, faz guerras”, considerou. Na opinião de Al Zeben, Israel deve ser levada a julgamento internacional por crimes de guerra e por desrespeito aos tratados internacionais. >
'A quantidade de civis, de escolas, de santuários destruídos é uma ofensa contra o direito internacional, contra a convenção de Genebra que protege os civis, o patrimônio. Israel deve ser condenada nesse caso. Devemos promover uma campanha séria, real, que ponha um fim às atitudes agressivas, que podem ser catalogadas como crime nessa guerra”, destacou.>
Apoio brasileiroO embaixador destacou ainda que a comunidade palestina deve agradecer ao governo brasileiro pelo esforço que vem sendo feito no sentido de intermediar uma solução para o conflito. >
Ele corroborou a avaliação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada sobre o poder de veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança das Organizações das Nações Unidas (ONU) que estaria 'protegendo Israel ao logo de 60 anos”. >
O Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores vem trabalhando na organização de uma reunião emergencial para discutir propostas para o fim dos ataques de Israel na Faixa de Gaza. >
Esperança em Barack Obama “Estamos há 60 anos com a esperança de que os Estado Unidos mudem sua atitude. O senhor Obama pode fazer muitas ações de mudanças pelo bem da humanidade. Está na sua mão obrigar todo mundo a cumprir o direito internacional”, destacou.Al Zeben ainda considerou que tanto o Hamas, quanto o Fatah estão em sintonia com o povo palestino e não condenou a atitude do grupo Hamas de lançar foguetes contra Israel, fator, que segundo ele, é utilizado apenas como pretexto para a “desproporcional” ofensiva israelense. >
O embaixador destacou que o primeiro ponto da negociação deve ser no sentido de parar a ofensiva e depois de garantir ajuda aos atingidos. “Nosso objetivo número um é fazer parar essa agressão imediatamente para que não morram mais pessoas no território. Em segundo lugar, precisamos de ajuda humanitária”, apelou. (Com informações da Agência Brasil)>