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Perla Ribeiro
Publicado em 9 de agosto de 2025 às 15:44
O Hospital Municipal de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi obrigado a fechar a sua Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e transferir os pacientes internados na unidade para outro setor após detectar a presença de bactéria que é considerada uma das mais perigosas do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH), que administra o estabelecimento, "pacientes foram realocados em outras unidades que comportam suas necessidades de tratamento intensivo e estão recebendo todos os tratamentos disponíveis e assistências". As informações são do G1 RS. >
Assim que a presença da bactéria da espécie Acinetobacter baumannii foi detectada, órgãos de fiscalização sanitária do município e do estado foram acionados. A FSNH ressalta ainda que a bactéria não é transmitida pelo ar e, portanto, não expõe os demais pacientes em outros ambientes. Nos dias 11 e 15 de julho, dois pacientes foram internados na UTI do hospital com infecções causadas por essa bactéria. Nos dias 16 e 22 do mesmo mês, foram registrados dois casos de transmissão cruzada dentro da UTI.>
O hospital decidiu fechar a UTI e transferir os sete pacientes para a Unidade Neurovascular na última segunda-feira (4) . A unidade foi esvaziada para receber os pacientes da UTI, e as cirurgias cardíacas eletivas foram temporariamente suspensas. A Acinetobacter baumannii, bactéria do mesmo gênero detectado no hospital do RS, foi listada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2024 como uma das bactérias mais perigosas do mundo.>
A OMS classifica as bactérias como perigosas com base em vários critérios: taxas de mortalidade; incidência (número de infecções); impacto na saúde; desenvolvimento de resistência; transmissibilidade; evitabilidade; opções de tratamento e desenvolvimento de novos medicamentos. A Acinetobacter baumannii é descrita como um "patógeno bacteriano oportunista emergente" associado a infecções hospitalares. O risco de infecção aumenta conforme o tempo em que os pacientes permanecem hospitalizados. Pessoas com sistemas imunológicos vulneráveis estão particularmente em risco. A Acinetobacter baumannii também é resistente aos carbapenêmicos.>
"Esse microrganismo pode sobreviver por longos períodos em superfícies e equipamentos, resistindo a muitos antimicrobianos. A permanência de pacientes durante o processo aumenta o risco de novas infecções graves e potencialmente fatais, especialmente em pessoas criticamente enfermas. A medida visa proteger pacientes e profissionais, restabelecendo a segurança do ambiente assistencial", afirma o hospital, em nota enviada ao g1.>