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Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2016 às 02:36
- Atualizado há 2 anos
No comando da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) desde o início deste mês, Claudio Lamachia admitiu nesta terça-feira, 16, que o Conselho Federal da entidade está dividido sobre o parecer a respeito do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas sinalizou que emitirá opinião sobre o afastamento da petista somente após discutir os “novos elementos” das investigações criminais.>
“O Brasil está hoje absolutamente dividido. Aliás, estamos vivendo um momento em que em determinadas circunstâncias você vê ódio puro. (...) É mais do que normal termos um grupo com 81 conselheiros federais que, numa situação como essa, de complexidade de interpretação jurídica, também esteja dividido e precise de um determinado tempo para formar sua convicção”, disse.(Foto: Divulgação) Em novembro do ano passado, uma comissão especial formada na OAB para analisar o pedido de impeachment da presidente recomendou que a entidade não endossasse a iniciativa pelo afastamento de Dilma por causa da rejeição das contas de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A votação na comissão do impeachment foi decidida por três votos a dois, com entendimento predominante de que as chamadas “pedaladas fiscais” - atrasos nos repasses de recursos do Tesouro - ocorreram em mandato anterior ao atual. >
O tema foi levado ao plenário do Conselho Federal da entidade, composto por 81 membros, que decidiu incluir na discussão dados referentes às investigações da Lava Jato e adiou a conclusão do debate. “Claro que, num determinado momento esta comissão esteve dividida. E foi dividida mesmo. Na medida em que não chega a uma conclusão que seja forte para que o pleno possa apreciar tudo, o que é melhor fazer? Ampliar-se o espectro”, defendeu Lamachia. >
O presidente da OAB evitou estimar uma data para o posicionamento final da entidade sobre o assunto. “Os fatos estão se sucedendo. Vocês devem saber que nos próximos dias devemos ter algumas outras notícias em função dessas delações premiadas”, afirmou o novo dirigente nacional da entidade. O processo de impeachment da presidente, aberto em 2 de dezembro do ano passado, foi suspenso até decisão do Supremo Tribunal Federal (STF que regulamentou o rito do procedimento. Agora, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aguarda julgamento de recurso apresentado ao STF com questionamentos à decisão para dar andamento ao pedido de afastamento da presidente. >