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Carol Neves
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 09:24
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na quarta-feira (16), Lauriza Pereira de Brito, de 24 anos e o companheiro dela, Deivisson Moreira, de 39, suspeitos de envolvimento na morte do filho dela, Arthur Pereira Alves, de 9 anos. As detenções ocorreram em Belo Horizonte, após a Justiça decretar as prisões temporárias em caráter de urgência. >
De acordo com o delegado Evandro Nascimento Radaelli, responsável pela investigação na Delegacia Especializada de Homicídios do Barreiro, o casal foi detido após a mãe confessar as agressões que resultaram na morte da criança. “As apurações apontaram que o menino foi agredido pela mãe e pelo padrasto. A mulher confessou que, no dia da morte, havia feito uso de cocaína e acabou, nas palavras dela, ‘passando do ponto’. Já o homem, embora negue participação, foi identificado como conivente com as agressões e omisso diante das violências cometidas”, afirmou o delegado, segundo o portal iG.>
Mãe e padrasto são presos por morte de menino
O crime aconteceu em 23 de agosto, no bairro Conjunto Esperança, região do Barreiro. A investigação teve início depois que o garoto foi levado a um hospital com vários ferimentos e um quadro grave de hemorragia. >
O padrasto, por sua vez, negou ter presenciado qualquer agressão, embora a mãe tenha afirmado que ele estava presente no momento dos fatos. A polícia apontou contradições nos depoimentos e relatos de vizinhos e testemunhas, e suspeita que ambos possam ter participado direta ou indiretamente do crime.>
Segundo o Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o casal já tinha histórico de maus-tratos e abandono. “Ficou claro que eles obrigavam as crianças a mentir sobre as lesões, inventando histórias para justificar os machucados”, explicou Radaelli. “Além disso, havia negligência: o menino de 9 anos cuidava sozinho dos irmãos, de 6 anos e de 6 meses, enquanto os adultos faziam uso de drogas”, completou.>
Após a representação da PCMG ao Ministério Público e ao Judiciário, as prisões foram autorizadas. A mulher e o companheiro foram encaminhados ao sistema prisional e permanecem à disposição da Justiça.>
Crime>
Arthur foi levado em 23 de agosto ao Hospital Júlia Kubitschek com múltiplas fraturas e hematomas pelo corpo. Inicialmente, Lauriza afirmou que a criança havia caído de uma escada na escola. A equipe médica, porém, constatou que os ferimentos não condiziam com a versão apresentada. A vice-diretora da escola também confirmou que não houve acidente nas dependências da unidade, reforçando a suspeita de agressão.>
Vizinhos relataram ter ouvido gritos de socorro do menino na noite anterior à morte e disseram que ele era frequentemente agredido. A médica da UPA Barreiro, que atendeu Arthur, levantou dúvidas sobre a versão da queda, identificando sinais compatíveis com violência. O laudo policial vai determinar exatamente a causa da morte do menino.>
Diante do risco à integridade física e emocional dos outros dois filhos do casal, o Conselho Tutelar interveio e acolheu as crianças.>