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Elaine Sanoli
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 20:25
Um grupo de pelo menos sete pessoas foi alvo de uma operação policial após denúncias de uma vítima do chamado “golpe do falso pai de santo”. A denunciante foi enganada e chegou a perder mais de R$ 180 mil ao longo de um único mês. Os mandados de prisão temporária foram cumpridos, nesta quinta-feira (16), nas cidades paulistas de Itapevi, Cotia, Jacareí e na capital, São Paulo. >
As investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul apontam que o grupo oferecia trabalhos espirituais nas redes sociais e manipulava as vítimas por meio de ameaças e extorsão. Uma das vítimas contou à polícia que conheceu o grupo por meio de um anúncio. A oferta prometia que uma suposta mãe de santo poderia “trazer o amor de volta” com rituais espirituais. >
A vítima entrou em contato com uma mulher que se identificava como Mãe Natasha, pedindo ajuda para reatar com o ex-namorado. Ela pagou R$ 300 por uma suposta amarração e outros R$ 750 pelo que foi chamado de “trabalho de dominação de coração”.>
“Quando a vítima tentou desistir, foi informada de que o cancelamento não seria possível porque os ‘nomes já estavam na mesa’, e que as entidades poderiam puni-la caso interrompesse o processo. A partir daí, começou uma escalada de exigências e ameaças”, informou o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).>
Outro integrante, que se apresentava como pai de santo Hugo Castiel, passou a ameaçar e extorquir a vítima quando ela decidiu não continuar os procedimentos. Ele dizia que ela estaria tentando enganar as entidades espirituais e que essa conduta traria consequências. A mulher foi coagida a ceder às pressões do grupo por medo de ter a situação exposta ao ex-namorado.>
“Em determinado momento, o golpista, identificado como Pai Hugo, chegou a inventar que precisava comprar um bode preto para concluir um dos rituais, pedindo mais R$ 1,5 mil.”>
Os valores foram depositados em contas de diferentes pessoas físicas, ligadas a várias instituições financeiras. Os pagamentos variavam de R$ 1,5 mil a R$ 37 mil, totalizando mais de R$ 180 mil em apenas um mês.>
Emocionalmente abalada e endividada, a vítima procurou a Polícia Civil, que investiga o caso como estelionato e extorsão. Durante a Operação Falsa Fé, 120 policiais de São Paulo e do Rio Grande do Sul cumpriram 18 mandados de busca e apreensão, além das sete prisões.>