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Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2008 às 14:35
- Atualizado há 2 anos
O policial militar que atirou no carro onde estava o menino João Roberto e matou a criança de 3 anos, em julho deste ano, foi absolvido pela Justiça da acusação de homícidio nesta quarta-feira (10). “Eu estou chocada, meu filho morreu em vão”. A frase é da mãe do garoto, Alessandra Amorim, após a sentença. >
No julgamento que durou 13 horas, os jurados decidiram absolver o cabo William de Paula do crime de homícidio duplamente qualificado (usar arma de fogo sem chance de defesa da vítima). Por quatro votos a três, o júri entendeu que o PM agiu de acordo com a sua função.>
Indignado, o pai de João Roberto esbravejou que as pessoas teriam que pagar pelo homícidio de seu filho. 'Isso não vai ficar assim. Ainda não acabou”, protestou Paulo Roberto. O Ministério Público informou que vai recorrer da decisão.“Só acabou o primeiro tempo. O resultado do jogo é no segundo tempo”, declarou Nilo Batista, assistente de acusação. >
Para a família do acusado a decisão foi um alívio. “É complicado para as duas partes, mas estou muito feliz com o resultado”, disse Walace de Oliveira de Paula, irmão do policial.>
O PM também havia sido acusado pela tentativa de homícidio da mãe e do irmão de João Roberto Mas a sentença foi apenas de lesão corporal. A pena estabelecida tinha sido de sete meses em regime aberto, mas foi substituída pela prestação de serviços à comunidade, sete horas por semana, durante um ano.>
CRIME>
Alessandra Amorim, mãe de João Roberto, voltava de uma festa com os dois filhos em julho deste ano. Numa rua da Tijuca, na Zona Norte, ela encostou o carro para abrir passagem à patrulha. No entanto, ela e seus filhos foram cercados por policiais que participavam de uma perseguição. >
A mãe tentou mostrar que havia crianças no veículo e jogou a bolsa do bebê pela janela, mas os policiais dispararam 17 tiros contra o carro. Um dos tiros atingiu João Roberto. No depoimento aos jurados, o cabo William de Paula reconheceu ter confundido o carro de Alessandra com o dos suspeitos. >
Segundo ele, os homens estavam aramados e como o carro da família do garoto estava com marcas de tiros, conclui que poderia ser o veículo procurado e fez dois disparos de advertência para baixo. >
O relações públicas da Polícia Militar também foi convocado pela acusação e disse que a PM não fez a abordagem correta ao atirar. “O cara que atirou teve a intenção, foi comprovado que ele teve a intenção e ele está na rua. Ele cumpriu o dever dele”, lamenta Alessandra.>
Elias Gonçalves, o outro policial militar acusado da morte do menor, ainda não teve o julgamento marcado.>
(Com informações do G1)>