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Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 05:10
Aproximadamente 200 pessoas foram presas por atos de vandalismo, ontem, em Brasília. Mais de 40 ônibus também foram apreendidos, como resposta das forças de segurança a invasões inéditas, seguidas de atos de terrorismo, nos três prédios que representam a República na capital federal. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que novos pedidos de prisão devem ser decretados hoje. >
Ele disse que há quatro prioridades: restabelecimento da ordem pública, a prisão em flagrante, a apreensão de ônibus e identificar quem são os coautores, quem financiou o crime. “Nós já levantamos os ônibus, de onde vieram, quem pagou, a lista de passageiros e vamos realizar as medidas cabíveis, as medidas judiciais para os que não estão em flagrante”, declarou Dino.>
A Polícia Federal divulgou nota na noite de ontem afirmando ter instalado um gabinete de crise para coordenar os procedimentos de identificação dos responsáveis pela invasão aos prédios públicos.>
Manifestantes golpistas entraram na Esplanada dos Ministérios na tarde de ontem invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), espalharam atos de vandalismo em Brasília e entraram em confronto com a Polícia Militar.>
A ação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ocorre uma semana após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antecedida por atos antidemocráticos insuflados pela retórica golpista do ex-presidente no período eleitoral.>
Os manifestantes vieram em grande parte do acampamento diante do Quartel-General do Exército em Brasília. Eles chegaram à Esplanada e se concentraram inicialmente em frente ao Ministério da Justiça. O grupo caminhou por mais de uma hora pelas ruas da capital, sem encontrar resistência ou qualquer tipo de barreira por parte das forças de segurança. >
Uma parte invadiu a parte externa superior do Congresso e, depois, a área interna do prédio, alcançando os salões onde são exibidos itens históricos recebidos de presente pelo Estado brasileiro por outros países. Depois, chegaram até o Plenário do Senado Federal. Os manifestantes avançaram para a Praça dos Três Poderes, onde houve confronto. Em seguida, se dirigiram ao Palácio do Planalto, onde conseguiram acessar diferentes andares.>
No STF, os vândalos chegaram ainda a pichar nas janelas a frase “perdeu, mané”, que faz alusão a uma resposta dada pelo ministro do tribunal Luís Roberto Barroso a um bolsonarista após sofrer hostilidades dos militantes durante viagem a Nova York.>
O procurador-geral da República, Augusto Aras, requisitou à Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) a imediata abertura de procedimento investigatório criminal. “O procurador-geral da República, Augusto Aras, monitora e acompanha com preocupação os atos de vandalismo a edifícios públicos que ocorrem em Brasília neste domingo (8)”, disse a nota do PGR.>
O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social, afirmou que armas e munições do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foram roubadas durante o ato. O GSI fica dentro do Palácio do Planalto, e o armamento é para uso da segurança presidencial.>
Resposta dura Lula esteve no final da noite de ontem em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), onde conversou com a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, além do ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, e outros ministros do Executivo Federal. Em nota, a ministra Rosa Weber disse que a Corte “não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao Estado Democrático de Direito” e que o STF atuará “para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos”.>
O senador Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Congresso Nacional, e o deputado Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, interromperam as férias e retornaram ao DF ainda ontem. Pacheco convocou uma sessão extraordinária hoje, onde deve ser votado o decreto de intervenção federal.>
Ex-prefeito de Salvador, ACM Neto condenou os atos. “Cenas vergonhosas e injustificáveis em Brasília. Na política, oposição precisa ser feita com responsabilidade, respeito às instituições e à democracia. Baderna, violência e radicalismo devem ser tratados como merecem: com o rigor da lei”, destacou em publicação nas redes sociais. >