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Atitude foi tomada após demora da Justiça do Rio em cumprir ordem sobre prisão domiciliar
Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 19:10
- Atualizado há um ano
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins determinou, no final da tarde desta quarta-feira (23), a "imediata expedição" do alvará de soltura do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), diante da demora da Justiça do Rio em cumprir a ordem que o mandou para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. As informações são do site do O Globo.
Martins também pediu explicações ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), desembargador Claudio de Mello, sobre o "não cumprimento" da sua decisão, proferida na noite dessa terça.
Nesta quarta, o desembargador plantonista do TJ do Rio, Joaquim Domingos de Almeida Neto, decidiu não expedir o alvará de soltura de Crivella e enviou o caso para a relatora, desembargadora Rosa Helena Macedo. Ela, então, determinou a apreensão dos aparelhos eletrônicos da residência de Crivella antes de soltá-lo.
Ainda de acordo com O Globo, diante dessa demora, a defesa de Crivella entrou com nova petição no STJ afirmando que o TJ do Rio "retarda o cumprimento" da decisão de soltura. "O ofício expedido por Vossa Excelência foi recebido pelo d. Desembargador Plantonista, que, ao invés de determinar o cumprimento da decisão que revogou a prisão preventiva do paciente, optou por encaminhar os autos a d. Desembargadora Relatora, ora autoridade coatora, nada provendo em sede de plantão, apesar da expressa ordem de Vossa Excelência", escreveram os advogados.
Humberto Martins, então, proferiu nova decisão às 17h10 e expediu ofício ao TJ do Rio para solicitar a expedição do alvará de soltura. "Constatado o descumprimento da decisão de fls. 528-535, determino à Coordenadoria de Processamento de Feitos de Direito Penal a imediata expedição do alvará de soltura do paciente, MARCELO BEZERRA CRIVELLA, a fim de ser colocado em prisão domiciliar, conforme as condições estabelecidas naquela decisão. Oficie-se ao presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para que preste informações sobre o não cumprimento da decisão de fls. 528-535 no prazo máximo de 48 horas", escreveu o presidente do STJ.
Busca e apreensão A desembargadora, ao receber a decisão do STJ, entendeu que era necessário apreender antes os aparelhos eletrônicos de Crivella, porque o tribunal havia determinado que ele entregasse esses itens para cumprir a prisão domiciliar. Rosa Helena Macedo, entretanto, não chegou a expedir o alvará de soltura, em despacho proferido às 16h08 desta quarta-feira.
"Considerando ter sido concedida medida liminar, colocando o denunciado, Prefeito Marcelo Berreza Crivella, em prisão domiciliar, mediante o cumprimento de restrições por ele elencadas; e considerando ainda que, a despeito de se tratar de providência meramente objetiva, inclusive inerente ao Plantão Judiciário, o ilustre Desembargador plantonista achou por bem delegá-la a esta Relatora, determino seja expedido mandado de verificação e busca e apreensão, a ser cumprido na residência do então paciente, de lá retirando os terminais telefônicos fixos, computadores, tablets, laptops, aparelhos de telefone celular e smart tvs, de forma a dar fiel cumprimento à medida", escreveu a desembargadora.
Prossegue em sua decisão: "Determino ainda seja oficiado às empresas de telefonia fixa e internet a fim de interromperem os respectivos sinais. Determino, por fim, seja providenciada a colocação de dispositivo de monitoramento eletrônico no paciente. Após, voltem".
Crivella foi preso na terça-feira em uma operação do Ministério Público do Rio que investiga o funcionamento de um "QG da propina" em sua gestão na Prefeitura do Rio. A desembargadora apontou que ele havia atrapalhado as investigações, por isso determinou sua prisão. O presidente do STJ, Humberto Martins, concedeu habeas corpus na noite de ontem autorizando que Crivella seja enviado para prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. As informações são do O Globo.