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Alô Alô Bahia
Publicado em 2 de novembro de 2024 às 16:46
A jovem de Fortaleza Sabrina Gomes viu a sua vida mudar completamente após ser diagnosticada com a Síndrome de Cushing e com um timoma, um tumor no tórax. As duas condições causam dificuldades respiratórias, insuficiência renal, pressão alta, distúrbios metabólicos e chegaram até mesmo a mudar a tonalidade da sua pele. >
Sabrina foi diagnosticada com os problemas na adolescência e desde então já foi submetida a diversos tratamentos. No dia-a-dia ela precisa lidar com todos os sintomas que causam desconforto.>
“Não estou conseguindo dormir. Já tem uns cinco dias que não consigo dormir. Minha pele escureceu bastante nesse tratamento todo. Não estou conseguindo falar muito bem. Andar é complicado para mim também porque fico muito cansada. Recentemente, fiz uma tomografia e descobri que estava com água no pulmão, que é um derrame pleural, e um derrame pericárdico. Tudo por conta do tumor”, desabafa, em entrevista ao g1.>
O tumor produz um hormônio chamado ACTH. Em condições normais, o ACTH é produzido na hipófise e é importante na regulação de diversas funções do organismo. Sabrina, no entanto, convive com um excesso de ACTH.>
Ela já passou por três quimioterapias, radioterapia e quatro cirurgias. Agora, a equipe médica e a família buscam o lutécio radiotivo, uma medicação que pode estabilizar e até eliminar o tumor.>
Em 2022, Sabrina retirou as glândulas adrenais, e resolveu os excessos de cortisol causado pela Síndrome de Cushing, mas o tumor continua a crescer e tem atualmente 17 centímetros.>
A cirurgia, no entanto, gerou um efeito colateral – a mudança na cor da pele de Sabrina. Após a retirada das glândulas adrenais, o tumor continuou a estimular a produção do hormônio ACTH, que tem a mesma origem e é produzido no mesmo processo que cria o hormônio MSH, que é responsável pela produção de melanina, uma proteína que dá cor à pele. Como o MSH e ACTH têm uma origem comum, os receptores das células acabam entendendo os dois como semelhantes.>
E com os níveis de ACTH altos por conta do tumor, o hormônio continuou a se acoplar com as células receptoras que produzem melanina, como se fosse MSH; já que os dois hormônios são “parecidos”, as células acopladas ao ACTH, pensando se tratar do MSH, aumentaram a produção de melanina. O corpo de Sabrina, com excesso de ACTH, começou a produzir melanina em excesso, levando à hiperpigmentação da pele, causando o escurecimento de áreas do corpo.>
Agora, Sabrina está há dez meses esperando receber da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) uma medicação de alto custo que pode mudar sua vida. Cada dose do remédio custa em média R$ 32 mil, e ela precisa de quatro doses. Ao todo, o tratamento de Sabrina custaria quase R$ 130 mil.>
Por isso, em dezembro de 2023, Sabrina acionou Defensoria Pública da União para entrar na Justiça e obrigar a Secretaria Estadual de Saúde do Ceará (Sesa) a fornecer o remédio para seu tratamento. Em março de 2024, a Justiça decidiu a seu favor e determinou que a pasta providenciasse o medicamento. No entanto, o medicamento ainda não foi disponibilizado à jovem.>
As informações são do g1>