Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Velejador que trabalhou com Amyr Klink cobrou R$ 1 milhão para levar carga de droga para exterior

Velejador acabou preso quando fazia a segunda viagem com remessa de droga e entregou o esquema

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 5 de maio de 2025 às 08:59

Velejador que trabalhou com Amyr Klink cobrou R$ 1 milhão para levar carga de droga para o exterior
Velejador que trabalhou com Amyr Klink cobrou R$ 1 milhão para levar carga de droga para o exterior Crédito: Reprodução/TV Globo

A Polícia Federal (PF) prendeu 26 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha que levava cocaína para a África e a Europa. Segundo as investigações, os criminosos cruzavam o Oceano Atlântico em pequenas embarcações carregadas com toneladas da droga. A operação teve início após a delação de um dos marinheiros integrantes do grupo: Flávio Fontes. Ele já trabalhou com o navegador Amyr Klink entre 2003 e 2012 e virou alvo das autoridades após ser pego pela Marinha americana com três toneladas de cocaína no litoral Africano. As informações foram reveladas em reportagem do Fantástico.

Em 2005, Flávio apareceu no documentário “O Continente Gelado”, como integrante da tripulação do veleiro Paratii 2, durante uma viagem à Geórgia do Sul. Já em 2021, aceitou a proposta de usar o conhecimento técnico que tinha para transportar drogas para o exterior em troca de R$ 1 milhão.  A primeira travessia foi realizada em junho de 2022, quando Flávio partiu de Ilhabela a bordo do veleiro "Vela 1", ainda sem carga. Já em alto-mar, em águas internacionais, duas embarcações se aproximaram para transferir a droga e um telefone via satélite.

 Durante a viagem, Flávio manteve contato com o contratante, que fornecia as coordenadas da entrega. "Já estamos aqui no local combinado, esperando os amigos para fazerem a coleta", disse Flávio em um vídeo divulgado pela reportagem do Fantástico. A encomenda chegou ao destino 36 dias depois. Após a entrega, a droga foi apreendida pela polícia espanhola nas Ilhas Canárias, mas Flávio conseguiu escapar.

Em fevereiro de 2023, Flávio partiu com destino a uma nova aventura. Ele tentou uma segunda viagem, desta vez no veleiro Lobo IV, também carregado com três toneladas de droga. Dessa vez, a embarcação foi interceptada pela Marinha dos Estados Unidos, toda a carga apreendida e o veleiro, destruído. Preso, o marinheiro delatou o esquema milionário. Flávio segue detido em um presídio na Flórida, nos EUA, e teve a pena reduzida após colaborar com as investigações. Ele não tem mais advogado e a família não quis se manifestar.

Segundo a Polícia Federal, a principal organização atuante do esquema era baseada na região de Santos (SP), onde a droga era armazenada e preparada para o transporte marítimo. O advogado Leandro Cordasso, de Limeira (SP), é apontado como o contratante de Flávio. De acordo com a PF, ele era responsável por repassar as coordenadas para a entrega da droga. Uma análise dos telefonemas via satélites revelou 179 contatos entre Leandro e Flávio entre as duas viagens pelo Atrlático.

Em depoimento, Flávio também diz que Leandro fez o pagamento pela travessia três vezes, com depósitos em contas de parentes e amigos. Outro nome apontado como peça-chave do grupo é Marco Aurélio de Souza, o “Lelinho”. Segundo a polícia, ele comandava a logística das viagens, mantinha embarcações e controlava empresas de fachada ligadas à operação. A polícia suspeita que Leandro e Lelinho tenham ligação com o integrantes PCC.

Os dois foram presos na operação. A defesa de Marco Aurélio, o Lelinho, nega envolvimento dele com o tráfico e com o PCC. O Fantástico não conseguiu contato com a defesa de Leandro. Outro nome apontado na investigação é o do contador Rodrigo Morgado. Segundo a polícia, ele dava apoio financeiro e também logístico ao grupo criminoso. Em nota, o contato afirmou que está à disposição para demonstrar a origem lítica dos seus recursos.