Afoxé Oromi Layo estreia no circuito Batatinha, no Pelourinho

Cortejo cultural é o primeiro do grupo criado em 2010

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 21:31

Afoxé faz seu primeiro desfile no Carnaval de Salvador
Afoxé faz seu primeiro desfile no Carnaval de Salvador Crédito: Reprodução/Afoxé Oromi Layô

Entre a velha guarda e aqueles que estão construindo sua história no Carnaval, uma atração chama atenção no circuito Batatinha, no Centro Histórico. É o afoxé Oromi Layo que apresentou o seu cortejo cultural aos foliões. O projeto da Estrada Velha do Aeroporto faz sua estreia no Carnaval de Salvador.

O afoxé surgiu em novembro de 2010 quando integrantes Ilê Axé Odé Ominsilê, localizado na Estrada Velha do Aeroporto, em Salvador, criaram um projeto para representar a casa. Segundo o responsável, Márcio Queiroz, o cortejo é um desejo antigo do grupo. “Aqui na casa tem vários artistas envolvidos com o carnaval. Com o tempo surgiu a necessidade de criar um projeto que representasse a casa. A gente nunca conseguiu colocar o afoxé na rua. Nesse ano juntamos forças e vamos mostrar o nosso trabalho”, contou.

Entre baianas do terreiro, filhos e filhas de santo, amigos e admiradores, 300 pessoas participaram do cortejo. Seguindo ao ritmo do Ijexá, formado pelo toque do atabaque, do agogô e do xequerê, a apresentação também terá os dançarinos do afoxé, representando os orixás e o maculelê e o samba de roda.

O afoxé não conta com patrocínios para o cortejo. Durante o ano são feitas oficinas para a comunidade. Os cursos são de costura, confecção de adereços afro, entre outros. Os materiais produzidos foram levados para o desfile. “As pessoas da comunidade se juntaram e fomentaram esse momento”, disse Márcio

Integrantes do afoxé celebram a saída no Centro Histórico. “Esse bloco tem uma grande importância porque é um bloco de resistência. Ele surgiu para combater o racismo e para que nós do movimento negro termos um bloco onde nos sentimos contemplados no Carnaval”, afirmou a foliã Noélia Pires.

“Para mim é uma honra enquanto amiga e profissional compartilhar esse momento. Isso é sobre somar, multiplicar, porque cultura não se faz só. É um momento de celebrar”, disse Dandara Akotirene, princesa do bloco Malê Debalê.

“É uma alegria e uma satisfação imensa estar aqui. É um bloco lindo, com todo mundo alegre, dançando. Nós estreamos aqui no Pelourinho no maior amor, orgulho e energia positiva. Muita alegria e muita fé”, celebrou o integrante do afoxé Marcos Rogério.

Márcio conta que o desfile desse ano foi pensado como uma saudação às águas, a terra e as matas. “Nós pensamos em saudar os deuses desses elementos. A expectativa está nas alturas. Eu sou um dos grandes sonhadores e vivia esperando por esse momento”, disse.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo

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