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Wendel de Novais
Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 08:05
A advogada Poliane França Gomes, presa por integrar o Bonde do Maluco (BDM), virou uma das maiores chefes do grupo criminoso na Bahia. Como o CORREIO já tinha informado, ela era advogada, companheira e porta-voz do traficante Leandro da Conceição Santos Fonseca, conhecido pelos vulgos de ‘Léo Gringo’ e ‘Shantaram’. Em reportagem, o Fantástico detalhou que a entrada dela no crime começou em 2024. >
Isso porque, nessa época, ela começou a defender Léo Gringo nos 70 processos que ele acumula pelos crimes de tráfico, homicídios e associação criminosa. Após isso, foi cadastrada como companheira, passando a ter direito a visitas íntimas e mais tempo com Léo Gringo, o que possibilitou que ela se tornasse o braço direito dele no BDM, levando ordens dele da prisão de segurança máxima em Serrinha para fora do presídio. >
Advogada foi presa em casa com R$ 190 mil
Ao passar a controlar as ações criminosas do BDM, Poliane dava ordens e ameaçava rivais pelas redes sociais. "Vou começar a matar para essas desgraças pagarem" e "Pode avisar que quem não pagar, vai pagar com a vida" são algumas das mensagens enviadas por ela para traficantes do grupo ao cobrar dívidas para a facção. Nas mensagens, exibidas pelo Fantástico, ela atendia pelo codinome ‘RS ADV’, que significa Rainha do Sul Advogada. >
O nome pelo qual ela fazia questão de ser chamada faz referência a uma personagem de série de TV mexicana que, assim como ela, se envolve no tráfico e vira uma liderança criminosa. Poliane foi presa na sua casa na Ladeira do Bambuí, no bairro de São Caetano. Com ela, os policiais encontraram R$ 190 mil em espécie. >
A advogada e os outros presos são investigados por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em ataques armados contra grupos rivais. Além das prisões, houve bloqueio de contas bancárias que podem chegar a R$ 100 milhões e foram apreendidos bens de luxo, como haras com cavalos de raça, uma moto aquática e uma usina de energia solar. >
Ao todo, 14 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão já foram cumpridos. Entre os alvos estão responsáveis pela contabilidade do tráfico, gerentes territoriais que comandavam áreas em Feira de Santana, Lauro de Freitas, Camaçari, Salvador e outras cidades baianas. >