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Cesar Romero: Novas invenções

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2013 às 05:32

 - Atualizado há 3 anos

Hoje em todo o mundo há uma grande preocupação em descobrir novos talentos. Novos artistas que tragam contribuições e estabeleçam pontes para inovações em arte. Excelente ideia, o que representa uma grande oportunidade para artistas emergentes. Também exercitar a crítica de arte, o interesse de colecionadores e se formar um novo panorama sobre a arte. Há algumas décadas atrás era diferente. Os galeristas começavam completamente desconhecidos, a grande parte oriunda de outras atividades, bem distantes da arte. Abriam uma galeria com apenas espaço físico, iluminação frágil e buscavam nomes consagrados para a coletiva inaugural com quadros em consignação. Assim, tinham artistas com décadas de trabalho, carreira consolidada, público certo, mídia espontânea e já possíveis compradores. Outros com uma expo individual de artista conhecido com as mesmas características dos escolhidos para a opção anterior. Alguns galeristas, com seu talento e trabalho se tornaram conhecidos, adaptaram-se à nova tarefa e terminam reconhecidos. Outros desapareceram.Uma questão a se pensar: será que o  “novo talento”, que já começa com preços altos, se torna interesse da mídia com incrível rapidez, será capaz de manter uma carreira? É fácil tornar-se um “fenômeno” em poucos anos, mas com o tempo sustentará conteúdos embasados, com novas reflexões e postulados? Muitos artistas que atingiram fama, preço e chegaram a ganhar prêmio de importância como o de Viagem ao País e Viagem ao Estrangeiro, do Salão Nacional do Rio de Janeiro, os mais relevantes prêmios do país à época, desistiram completamente da carreira. Existem exemplos disso em todas as áreas do fazer artístico. Cantores de uma única música ou disco de sucesso. Atores, como Haing S. Ngor que fez Os Gritos do Silêncio (1984) ganhando o Oscar de melhor ator coadjuvante, no primeiro e único filme. Muitos na literatura com grande premiação ficaram só com um livro.É necessário observar o discurso e as possibilidades destes novos artistas. Não existe futurologia em arte, mas sinais e sintomas como requisitos. O artista é legitimado pela carreira, por suas produções. É certo que não se pode exigir de emergentes carreira e produções amplas, mas as possibilidades destas ocorrências. Não é difícil intuir ou fazer prognósticos. Poucos nascem para a tenacidade e capacidade de manutenção de carreira. O mercado hoje busca sucesso instantâneo, que satisfaça à demanda imediata, sem observar consequências. A qualidade é fator primordial e o tempo formatará uma avaliação adequada. Um artista que tenha consciência do ofício, profissionalismo e coerência, credibilidade, não se violenta buscando a moda e o mercado. Mercado é consequência, não preocupação inicial, ele vem através de muito suor e obstinação. Atrás dos preços vêm sempre as trajetórias, exemplos lapidares são as obras mais caras da atualidade:  O Grito (foto) por Edward Munch (US$ 119.900); Retrato de Adele Bloch–Bauer, por Gustav Klimt (US$ 115 mil), Rapaz com um Cachimbo, por Pablo Picasso (US$ 104 mil); Dora Maar com o Gato, por Pablo Picasso (US$ 95.200); Retrato do Dr. Gachet, por Vicent van Gogh (US$ 82.500); Bal Au Moulin de la Galette, por Pierre-Auguste Renoir (US$ 78 mil); Massacre dos Inocentes, por Peter Paul Rubens  (US$ 76.700); Auto-Retrato, por Vicente Van Gogh (US$ 71.500); Rideau, Cruchon et Compotier, por Paul Cézanne (US$ 60.500); Femme aux Bras Croisé, por Pablo Picasso (US$ 55 mil); Lírios, por Vicent Van Gogh (US$ 53 mil).Por que Pablo Picasso atinge valores tão altos e Henri Matisse não? Matisse é muito melhor pintor que Picasso. Demien Hirst é hoje o mais famoso artista inglês, conhecido e tendo mercado em todo o mundo. Trabalha com centenas de auxiliares, tem produção intensa e preços altos. Sustentará a carreira? Alguns críticos acreditam que Hirst já está inserido na história da arte, outros que ele faz marketing do escândalo e daqui a duas décadas será mais uma figura do entretenimento. Mais uma vez o tempo responderá esta questão. Preço e fama não são sinônimos de qualidade artística. O que o mundo precisa é de novas invenções.