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Cesar Romero
Publicado em 26 de novembro de 2018 às 05:00
- Atualizado há um ano
Na Galeria ACBEU, Corredor da Vitória, a exposição Paisagens do Excesso de Rodrigo Seixas. Fica em cartaz até 15 de dezembro. A curadoria é do artista visual Eriel Araújo.
As obras que compõem a mostra são resultantes de um recorte curatorial da sua produção de 2017-2018. Rodrigo trabalha com uma relação sujeito/objeto e a sociedade contemporânea, através de desenhos e transferências de imagens em motivos construídos a partir de apropriações, que fazem parte do cotidiano das pessoas. O artista propõe alguns desvios poéticos naqueles alvos que fazem parte do nosso cotidiano e apresenta-os como uma paisagem imaginária.
A exposição apresenta seis conjuntos de objetos, produzidos em gesso e cerâmica, contendo imagens gráficas, fotográficas e verbais, sobrepostas aos objetos a partir de desenhos ou transferências de imagens, totalizando 384 intenções.
Rodrigo é soteropolitano e possui formação em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes (UFBA). O artista atua em exposições coletivas desde 2008. Seu trabalho é composto da discussão entre imagem e objeto através do desenho levantando questões como real/realidade, ilusão, efemeridade e transitoriedade.
Também pela poética do vazio através do qual discute sobre o excesso, objeto, imagem, ilusão e realidades utilizando-se principalmente da pintura e produção de objetivos.
Aí se dá o desvio do objeto comum gerando inúmeras paisagens, das mais simples às mais complexas.
Busca os conglomerados, um arsenal de imagens, que beira o desperdício numa visão crítica da arte contemporânea. Ainda se discute processos de fatura e relevâncias. Os materiais usados são estantes de ferro, tablado de madeira com feltro, ganchos e nylon para pendurar objetos.
O artista elabora paisagens do excesso, ao exemplo de um simulacro de bazar. Através dessas sobreposições de realidade, - uma pintura que transforma o objeto - utilizando a técnica da pintura a óleo sobre gesso, serão produzidas instalações. Dessa forma, é possível pensar em desvios do motivo comum gerando paisagens, áridas, aquáticas, sintéticas, naturais, do desuso, da dor e tanto mais. Transfigurações e possibilidades.
Torna-se possível fazer reflexões entre sujeito/objeto na sociedade atual produzindo poeticamente novos significados para espantosos amontoados. Ademais, através destes objetos, é possível fazer outras relações de áreas do conhecimento que nos atravessam. Desta forma, Rodrigo Seixas, um artista / pesquisador, contribui com situações planejadas que tocam a comunidade acadêmica e artística, não esquecendo o público que é vital no seu processo.