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Publicado em 7 de agosto de 2025 às 05:00
A doença celíaca é uma condição autoimune, que afeta pacientes com predisposição genética, onde ocorre uma reação negativa do corpo ao consumo do glúten, que é uma proteína presente na composição do trigo, centeio e cevada, gerando um processo inflamatório no intestino, repercutindo em má absorção de nutrientes, podendo ocasionar deficiências nutricionais. Segundo dados do Ministério da Saúde, essa patologia afeta aproximadamente 1% da população brasileira, com crescimento no número de diagnósticos na infância registrados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação. >
Os principais sintomas observados nas crianças incluem diarreia crônica ou prisão de ventre, barriga estufada com gases e dores abdominais, perda de peso ou dificuldade de ganhar peso, atraso no crescimento, irritabilidade e anemia por deficiência de ferro sem causa aparente. Devido à variedade de manifestações clínicas, o acompanhamento multiprofissional se torna fundamental, devendo incluir preferencialmente um gastropediatra e uma nutricionista materno infantil especializada.>
O papel da nutrição é muito importante nesses quadros clínicos, pois o único tratamento eficaz para a doença celíaca é a dieta totalmente isenta de glúten. Isso significa que deverão ser excluídos todos os alimentos que sejam compostos por trigo, centeio e cevada. Esses ingredientes são componentes de alimentos bastante presentes na alimentação do dia a dia das crianças como pães, massas, bolos e biscoitos tradicionais.>
As principais deficiências nutricionais associadas à doença celíaca incluem ferro, ácido fólico, vitaminas D e B12, cálcio e zinco, que podem comprometer o crescimento e desenvolvimento adequado, se não forem devidamente monitoradas e corrigidas. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda avaliação nutricional regular com suplementação direcionada, conforme as necessidades individuais.>
O acompanhamento nutricional pediátrico especializado conduz, junto com a família, à busca por alternativas alimentares para adaptar a dieta isenta de glúten, criando estratégias para manter a oferta de uma alimentação saudável e variada, composta por todos os nutrientes necessários. Cereais, como arroz, milho, quinoa e amaranto, além de farinhas alternativas, como farinha de arroz e fécula de batata, são opções seguras, que devem ser incorporadas ao plano alimentar.>
A educação familiar é essencial para o sucesso do tratamento, incluindo orientações sobre leitura de rótulos, prevenção de contaminação cruzada e adaptação de receitas. Se o seu filho teve diagnóstico recente de doença celíaca, não hesite em buscar o acompanhamento de uma equipe de profissionais especializados para receber todo apoio e orientações necessárias. >
Aline Pereira é nutricionista materno infantil na Cliagen>