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Trilhas: um mergulho no pinicão

  • Foto do(a) author(a) Aninha Franco
  • Aninha Franco

Publicado em 10 de dezembro de 2016 às 04:36

 - Atualizado há 2 anos

A educação é uma das piores do planeta. O Estado funciona mal porque os governos o aparelham com funcionários aliados assim que chegam ao poder. O sistema de saúde é uma doença. O Judiciário está imobilizado por super salários e Sérgio Moro, atualmente desmontando a República da Propina, extensão da República dos Três Poderes, trabalha quase sozinho. A Cultura está na UTI ao lado do Turismo. Como no orçamento do estado de 2017, que o exército de Marcelo Nilo certamente aprovará, ambas perderão grana, haverá pioras. Tudo isso e muito mais que isso fazem do Brasil e da Bahia este fracasso.As mazelas coloniais continuam instaladas na República com outros nomes, azarando presente e futuro. A maioria quase absoluta da população ignora o passado. Ainda assim, o passado apareceu no espetáculo entre Marco Aurélio Mello, pelo STF, e Renan Calheiros, pelo Senado. Para um Supremo autoritário, com um ministro, sozinho, determinando a saída de Renan da presidência do Senado, que todos desejamos, assistimos um Renan jagunço descumprir a ordem, jagunço vocábulo quimbundo que define a força paramilitar protetora das lideranças políticas eleitas pelo povo para legislar em causa própria.Nas fotos da refrega, era  visível a bandeira da República das Alagoas, no poder através de Renan, apesar do impeachment de Collor em 1992, eram visíveis os bigodes de Sarney, o Imperador do Maranhão, o sorriso de efígie de Temer, e a agilidade de Calheiros, cognominado Atleta na lista propineira da Odebrecht. A quarta-feira, 7, mostrou com clareza todo o poder glorioso do PMDB que tudo quer e tudo pode, exceto fazer do Brasil o sucesso que ele seria se tivesse gestão. PMDB que saiu do MDB de resistência à ditadura e se tornou dono da República dos Três Poderes.Na Província da Bahia, representando os interesses de quase todos os deputados baianos, Marcelo Nilo, o jagunço nascido em Antas nos anos 1950, presidente da ALB que há 10 anos consome milhões do orçamento do estado para (?), para (?), começou a briga de sempre pela presidência da casa. Recém filiado ao PSL, pós PSDB e PDT, codinome “Rio” na planilha propineira da Odebrecht, o deputado tarefeiro serve aos deputados da Alba e ao governador Rui Costa como uma secretaria do Executivo, de 2007 a 2017, e quer mais dois anos. E é bem capaz de receber.A qualquer uma das crises provocadas pelas canalhices dos Três Poderes, os que recebem carros oficiais, auxílios moradia, gasolina, celular, passagens aéreas para viajar, inclusive, a passeio, duas férias por ano, plano de saúde sem desconto e com reembolso total de todo tipo de despesa médica, jornada de serviço de apenas três dias, etc, etc, etc, puxa-se a senha governabilidade do alforje e se impõe ao povo, pagador de todos os privilégios, mais um privilégio. Como o caminho das mudanças é lento, mas não é proibido sonhar, sonho com os 700 mil moradores do bairro de Cajazeiras assistindo a República dos Três Poderes inteira mergulhada no pinicão, nadando nele, que, para quem não sabe, é o sistema de tratamento de esgotos e águas residuais do bairro, a céu aberto.

* Aninha Franco é escritora