JP Azevedo mora na Indonésia desde 2019. Em declaração dada ao G1, ele disse ter pensado que a americana era um homem, e confirmou a agressão. Ele apagou suas contas nas redes sociais e disse que recebeu ameaças.
"Essa menina parecia um homem, eu não sabia que ela era mulher. Ela surfava igual homem, se vestia igual homem. Ela estava pegando a onda de todo mundo, não estava respeitando ninguém. Eu fui perguntar porque ela tinha feito isso, ela passou e jogou água na minha cara, me xingou. E aí eu perdi a cabeça num estresse momentâneo e acabei agredindo ela", afirmou.
O brasileiro também conversou com o jornal A Gazeta, do Espírito Santo, e argumentou que o vídeo não mostra a história na íntegra.
"Não sei como a confusão começou de fato. Vi ela empurrando meu amigo, achei que era um homem e fui defender. Depois que bati, eu vi que ela estava usando sutiã, pedi desculpas e ela não aceitou. Quando estávamos no solo, ela foi no meu carro, pegou minha prancha e começou a quebrar. A partir daí, eu só me defendi", disse.
Adriano Portela, o amigo de JP que foi rabeado, se desculpou em um post no Instagram, e afirmou que não participou das agressões físicas.
"Gostaria de deixar claro para todos o ocorrido em 05/04. Eu não bati ou toquei em ninguém. Falei e agi com raiva e desrespeito. Estou profundamente envergonhado e arrependido de como agi. Fui empurrado para fora da onda como vocês podem ver no vídeo postado. Infelizmente, depois disso, um soco foi lançado na água, porém não por mim e eu não estava envolvido nisso", escreveu.
Repercussão nas redes
As agressões geraram revolta nas redes sociais. Vários nomes famosos do surfe mundial prestaram solidariedade a Sara Taylor, como lenda Kelly Slater e o atual campeão da WSL, Filipe Toledo.
"Lamento que isso aconteça com vocês! Espero que vocês estejam bem! Não se estresse com pessoas com esse tipo de energia! Eles não duram muito, a vida vai voltar para eles! Mas, se pudermos fazer o que for para encontrá-los, faremos! Deus abençoe e fique segura", escreveu Filipinho.
"Rizal Tandjung [famoso surfista da Indonésia], você viu ou ouviu algo sobre isso? Pega esse cara @jp_azevedosurf manda para casa, onde ele pertence", publicou Slater, em referência ao perfil de Azevedo - apagado logo depois dos acontecimentos.
Ícone do surf brasileiro, Fábio Gouveia também lamentou o episódio. "Sem chance. Atitude vergonhosa".
A marca de roupas que patrocinava JP Azevedo anunciou, na manhã desta quinta-feira (6), que rompeu seu contrato com o surfista.
"A Quebra Onda, após tomar conhecimento dos lamentáveis fatos ocorridos, reitera que repudiamos todo e qualquer tipo de violência, sendo ela principalmente contra as mulheres. Tendo como inadmissível esse tipo de comportamento, comunicamos que tomamos a imediata decisão de finalizar a nossa parceria com o atleta", publicou, em seus perfis nas redes sociais.