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Gabriel Rodrigues
Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 06:00
O Bahia vive um novo momento na sua história. Nesta terça-feira (3), o tricolor completa um mês desde que os sócios aprovaram a constituição de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e consequentemente a venda para o Grupo City. A assembleia foi realizada na Fonte Nova. >
Oficialmente, a SAF tricolor ainda está em processo de constituição. É a parte burocrática do acordo. Enquanto isso, o clube está sendo gerido em uma espécie de co-participação entre o investidor e o Bahia associação. Mas na prática, todas as decisões são tomadas pelo Grupo City. >
No primeiro mês sob o comando do fundo investidor, já é possível notar muitas mudanças no Esquadrão. As primeiras medidas foram tomadas no setor que mais atrai a atenção dos tricolores: o departamento de futebol. >
Então diretor de futebol, Eduardo Freeland foi substituído por Cadu Santoro, que era líder de scouting do Grupo City na América Latina. Cadu comandou os trabalhos de transição do City e agora tem a missão de gerir o futebol tricolor. Com passagens por Fluminense e Athletico-PR, Marcelo Teixeira foi contratado para a direção da base. Representante do Grupo City, Cadu Santoro assumiu a direção do futebol do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) Na mesma tomada, deixaram o clube o coordenador de futebol Renê Marques, o preparador de goleiros Rogério Lima e o auxiliar técnico fixo Bruno Lopes. A comunidade portuguesa, no entanto, segue representada no Esquadrão. O Grupo City escolheu o técnico Renato Paiva como treinador para 2023. >
NOVA COMISSÃO >
Renato Paiva trabalhou por quase 20 anos nas categorias de base e no time B do Benfica. Ele era responsável por lapidar os talentos no clube português. No futebol profissional, o novo treinador do Bahia acumula passagens pelo Independiente del Valle. Na equipe, ele conquistou o Campeonato Equatoriano. O último trabalho foi no León, do México. >
A comissão técnica é toda composta por estrangeiros. São quatro portugueses: os auxiliares Nuno Presume e Ricardo Dionísio, o treinador de goleiros Rui Tavares, e o analista de vídeo David Pereira. O espanhol Antonio Bores, preparador físico, completa o grupo.>
REFORMULAÇÃO DO ELENCO >
Como era esperado, o Bahia está passando por uma reformulação no seu elenco. Do grupo que conseguiu o acesso para a primeira divisão, 18 jogadores deixaram a equipe. Destes, 16 não tiveram os contratos renovados e dois foram emprestados para outras agremiações. O goleiro Dênis foi repassado ao Vila Nova, e o atacante Copete defenderá o CRB.>
O Esquadrão também está se mexendo em busca dos reforços. Sete jogadores já foram anunciados pelo clube: o goleiro Marcos Felipe, os zagueiros Kanu, David Duarte e Marcos Victor, o volante Nicolás Acevedo, e os atacantes Biel e Everaldo. >
Outros três jogadores estão acertados e treinando no CT Evaristo de Macedo. Eles dependem apenas da parte burocrática para serem oficializados. São eles o zagueiro Raul Gustavo, o volante Diego Rosa e o atacante Kayky. >
O Esquadrão ainda busca outros reforços e nos próximos dias pode anunciar mais contratações.>
INVESTIMENTOS >
O Bahia também deu um salto de patamar quando o assunto é a compra de atletas. Com apenas um mês de Grupo City, o tricolor bateu recorde. O atacante Biel se tornou a maior aquisição do clube. O Esquadrão desembolsou R$ 10,5 milhões para tirar o jogador de 21 anos do Fluminense. >
O clube baiano, aliás, já desembolsou cerca de R$ 14,5 milhões na compra de direitos econômicos. O zagueiro Marcos Victor foi comprado do Ceará por aproximadamente R$ 4 milhões. A conta só não é maior porque outras duas negociações não avançaram. Aposta do Grupo City, Bahia chega com status de maior compra da história do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) O volante Christian, do Athletico-PR, chegou a realizar exames em Salvador e tinha um acordo para ser adquirido em definitivo por 3 milhões de dólares (cerca de R$ 15,4 milhões). Um problema nos exames, no entanto, travou a contratação. >
Outro cobiçado pelo Bahia foi o centroavante Alejo Veliz, de 19 anos, do Rosario Central. O Esquadrão também ofereceu 3 milhões de dólares por 85% dos direitos. Mas a proposta não foi aceita pelo clube argentino. Se todas as negociações fossem concretizadas, totalizariam um investimento de aproximadamente R$ 45 milhões.>
É importante lembrar que no acordo firmado entre Bahia e Grupo City, o fundo árabe se compromete a investir, pelo menos, R$ 500 milhões, em compra de jogadores. O prazo para que o valor seja desembolsado é de 15 anos, mas nada impede um investimento maior em um espaço de tempo menor. >
O contrato total prevê a injeção de R$ 1 bilhão no Esquadrão. R$ 300 milhões serão destinados para o pagamento de dívidas, enquanto R$ 200 milhões para uso nas categorias de base, infraestrutura, capital de giro, entre outros.>
TECNOLOGIA >
Por falar em infraestrutura, alguns setores do Bahia estão passando por modernização. Recentemente, o clube publicou nas redes sociais a aquisição de um novo equipamento de biomecânica para a academia do clube. >
Ao fazer parte do Grupo City, o Esquadrão é beneficiado com a tecnologia disponível para todos os clubes da franquia, o que vai desde recursos para o mapeamento e captação de atletas, passando pelos treinos e desenvolvimento de atletas.>