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A obsessão por produtividade: como a busca por minutos extras pode afetar a saúde mental

Estratégias para ganhar minutos no dia a dia são resposta à sobrecarga

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 22 de agosto de 2025 às 16:00

Escovar os dentes no banho ou trabalhar na esteira: até que ponto esses hacks de tempo são benéficos? Entenda os limites entre produtividade e auto-cobrança
Escovar os dentes no banho ou trabalhar na esteira: até que ponto esses hacks de tempo são benéficos? Entenda os limites entre produtividade e auto-cobrança Crédito: Freepik

Organizar a roupa do dia seguinte à noite, preparar o café da manhã na véspera ou caminhar na esteira enquanto trabalha. Estas são as microeficiências: pequenos truques para economizar tempo em tarefas cotidianas.

Estresse por Shutterstock

Elas parecem inofensivas, mas também refletem uma sociedade sobrecarregada e obcecada por produtividade. Para muitos, são uma resposta necessária a agendas lotadas e múltiplas responsabilidades.

A vida, na prática: histórias reais

A engenheira Vanessa Duarte, 47, é um exemplo. Ela organiza o café na véspera e tem lista de compras dividida por setores do mercado. "Comecei a ter a sensação de que faltam horas no meu dia", explica ao Uol.

Já a gerente Luiza Secco, 31, viu a otimização nascer naturalmente. "É uma questão de aproveitar bem o meu tempo", diz ao UOL. Ela ouve podcasts no trânsito e caminha na esteira enquanto lê no computador.

Para a maquiadora Tatiana Rodrigues, 41, o ponto de virada foram as filhas. "Quando se tem um bebê, sobra menos tempo. Comecei a encaixar atividades enquanto fazia outras", conta em entrevista ao UOL.

Quando a busca por tempo vira armadilha

Contudo, o psiquiatra Guilherme Spadini alerta que esse comportamento está ligado à "pobreza de tempo" e à pressão por desempenho. O grande risco, segundo ele, é o estresse cognitivo.

"Quando vivemos constantemente nessa condição, nosso corpo produz mais cortisol", afirma ao UOL. O excesso do hormônio do estresse pode levar a insônia, dificuldade de concentração e até transtornos de ansiedade.

O sinal de alerta soa quando a pessoa sente culpa por ter tempo livre ou sua felicidade depende de métricas de desempenho.

Multitasking: ilusão ou realidade?

A neurocientista Thaís Gameiro desfaz um mito: não fazemos duas tarefas ao mesmo tempo, mas alternamos o foco rapidamente, num processo chamado "switch atencional".

Isso exige mais energia cerebral e aumenta a chance de erros. "Quando cada intervalo é preenchido com alguma tarefa, o cérebro perde o tempo de ócio e descanso de que precisa", explica. A eficiência, então, deixa de servir a pessoa e passa a escravizá-la.

Como usar sem cair na armadilha

A chave está na intenção. Estratégias de baixo impacto, como planejar as refeições da semana, reduzem a fadiga decisória e são benéficas. O problema é compactar cada minuto com atividade.

Spadini destaca a importância de conectar as prioridades aos valores pessoais, e não a métricas externas. "A verdadeira otimização consiste em simplificar a vida e reduzir demandas, liberando tempo e energia para o que realmente importa: foco, criatividade e descanso", finaliza Thaís.