COMIDA DE QUALIDADE

3 lugares para experimentar no último fim de semana o Comida Di Buteco em Salvador

Evento termina no dia 5 de maio com vários estabelecimentos concorrendo pela cidade

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  • Brenda Viana

Publicado em 3 de maio de 2024 às 13:43

Comida Di Buteco Salvador
Comida Di Buteco Salvador Crédito: Brenda Viana / Repórter CORREIO

O tema deste ano foi 'livre'. Os donos dos botecos de Salvador tiveram que movimentar a criatividade para criar um prato que pudesse concorrer ao 'Comida Di Buteco' em 2024. E conseguiram. Os soteropolitanos têm até o dia 5 de maio, último final de semana do concurso, para experimentar alguns dos 56 pratos que estão participando do maior evento de comida de boteco do país.

Em sua 16ª edição, Salvador e Lauro de Freitas se movimentaram para fazer parte do projeto, que abrange o Brasil inteiro, com o valor fixo de R$ 35, conseguindo desenvolver a economia local, gerando empregos - mesmo que temporários - e fortalecendo a cozinha raiz. 

E falando em raiz, o CORREIO listou três locais para visitar até o último dia do evento após o convite para conhecer os pratos oferecidos. São eles: Margarida Comida Regional, Sushili, ambos no Rio Vermelho; e Point do Campo Grande, Centro de Salvador.

Em um bate-papo com os proprietários, a reportagem questionou ao dono do Margarida como ocorreu a ideia de criar um camarão encapotado de moqueca com vatapá, sendo que são comidas tão regionais e ainda conseguir chamar a atenção do público?

"Como nós somos estreantes, a sensação que o Margarida queria trazer, é exatamente essa, nossa identidade. A primeira mordida que você dá no 'Flor de Margarida', é como costumamos brincar por aqui, irá sentir o puro “suco da Bahia”, o abraço baiano, a receptividade, o nosso maior ouro, o que nossa terra tem de melhor a oferecer, o dendê! Todo mundo já comeu um camarão encapotado, uma moqueca, um vatapá, e nós unimos todos esses sabores, em um único produto, uma verdadeira experiência baiana, garantimos que irão se surpreender e que nunca comeram algo igual!", diz Pedro Rodrigues, dono do restaurante que fica Rua Oswaldo Cruz, Rio vermelho.

camarão encapotado de moqueca com vatapá
camarão encapotado de moqueca com vatapá Crédito: Brenda Viana / repórter CORREIO

Já para o Sushili, que criou um Cheviche de chuchu, eles explicaram que o prato foi criado justamente para quebrar os preconceitos no paladar, principalmente quem não gosta de legumes, como o próprio chuchu.

"O preconceito é uma opinião ou conceito formado sobre algo antes de conhecer. O Sushili, que é um buteco Japa, criou o CEVICHU (ceviche de chuchu) para apresentar uma forma divertida, saudável e deliciosa de consumir esse legume tão polêmico. A desistência de apresentar um novo sabor? Passou bem longe. É surpreendente ver a reação dos clientes nessa nova experiência. Realmente é mágico! Isso nos mostra como o conhecimento pode nos libertar e o preconceito vire conceito", explicaram Aldo Filgueiras e Lindiane Filgueiras, proprietários do ambiente que fica na rua Alexandre de Gusmão, 50B, também no Rio Vermelho.

Cheviche de chuchu e camarão
Cheviche de chuchu e camarão Crédito: Brenda Viana / repórter CORREIO

Lá no Campo Grande, o boteco e restaurante Point fez uma carne de panela que já é comum em Salvador. Os donos, Romildo Gomes e Pedro Alves responderam que foi um desafio ter que chamar a atenção do público que queria algo diferente para esse ano.

"'A Comida de Mãe' não tem nada de comum. Ela traz uma carne de panela especial por ser feita a partir de uma receita de família, do interior da Bahia. O prato foi criado para surpreender e oferecer uma experiência gastronômica. O diferencial é o conjunto todo: a união do doce e salgado: a carne, com o purê de banana-da-terra como estrelas principais; seguidos pelo dadinho de aipim, a farofa de torresmo e a vinagrete de pepino japonês".

Carne de panela com tempero especial
Carne de panela com tempero especial Crédito: Brenda Viana / repórter CORREIO

O organizador do evento em Salvador, Max Rogers, explica que a Comida Di Buteco acaba se destacando por ser uma votação presencial, incentivando que o público se desloque ao local escolhido, movimentando a economia local e pagando menos, com o valor fixo de R$ 35. Os valores são fixos por R$ 35. Esse valor é para que todos consigam apreciar outros butecos pagando menos? Por que esse ano foi escolha livre dos pratos para os proprietários e não do evento, já que nos outros anos tinha de ter um ingrediente certo?

Sobre o tema deste ano, Max explica que a cada dois anos implementam novos temas para os proprietários movimentem a imaginação de criar algo do zero. 

"Bienalmente introduzimos algum tipo de tema. Em 2023, a temática foi ‘Ervas e especiarias’, esse ano consequentemente é livre. Então, aguardem que em 2025 será introduzido um tema para o público interagir junto aos bares. Nosso objetivo é promover a criatividade entre esses participantes e mostrar ao público esses locais incríveis que muitas vezes não são conhecidos pelo público geral".

A expectativa dos organizadores é que este ano supere o de 2023, já que foi um ano de recordes para o Comida Di Buteco. Segundo informações, foram mais de 10 milhões de pessoas impactadas diretamente nos butecos e R$ 300 milhões de impacto na cadeia produtiva do ecossistema do evento. Além disso, mais de 1 milhão de votos válidos em cédula de papel através das visitas e experiência nos bares, 160 milhões de impressões nas redes sociais e, por fim, cerca de 10 milhões de pageviews no site.