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Sereismo: conheça o estilo de vida das sereias contemporâneas e se transforme em uma

  • Foto do(a) author(a) Verena Paranhos
  • Verena Paranhos

Publicado em 29 de janeiro de 2017 às 09:32

 - Atualizado há 2 anos

Quem nunca sonhou em viver no fundo do oceano e encantar com sua beleza que atire a primeira concha. Das lendas e mitologias aos personagens de filmes e desenhos, as sereias não só inundam nosso imaginário, mas também nos acompanham dentro e fora d’água.

Conscientes ou não, as sereias contemporâneas têm em comum a paixão pelo mar, a vontade de protegê-lo e levá-lo aonde forem, nem que seja em brincos pendurados nas orelhas ou em escamas tatuadas na pele. Mas se engana quem pensa que é só coisa para mulheres. Já tem muito tritão nadando por aí. Longe de doutrinas e regras, o sereismo chegou como estilo de vida que deixa seus adeptos livres para defenderem o mar e o meio ambiente como quiserem. Sista Katia encarnou uma sereia para campanha da Moringa Criações (Foto: Renata Grimaldi/Divulgação)Na Bahia, a mística das sereias guarda alguns mistérios a mais, seguindo as ondas das religiões de matriz africana. Por mais que não exista uma relação entre esses seres e Iemanjá, por aqui essa representação é bastante popular e pode ser vista nas manifestações da festa de 2 de  Fevereiro, no bairro do Rio Vermelho. 

Leia também:Sereismo: descubra como levar o estilo sereia para o seu dia a dia

O BAZAR foi atrás de sereias contemporâneas e urbanas - uma delas tem cauda e tudo - para falar sobre seus estilos de vida. De quebra, criamos um manual com segredos e referências de moda e beleza para, em diferentes graus, você se transformar também.  Luana Dória: sereia do Morro (Divulgação)Luana Dória, 30 anos @luanadorianatacao O amor pelo mar vem da infância e das férias em Morro de São Paulo. Foi lá que há 5 anos  a professora de educação física com pós-graduação em Psicomotricidade se tornou sereia e passou a dar aulas de natação para crianças, primeiro em piscinas e depois no mar. Além da saia longa, cabelão e brinco de conchas habituais, a cauda de sereia também faz parte do visual e do mundo lúdico onde ensina consciência ambiental. "Essa relação com água e a natureza sempre foi muito forte em mim, muito antes de se falar em sereismo. Sereiar vai além de colocar uma cauda. É indentidade de alma, é saber fluir, saber ser oceano e mergulhar na profundeza do nosso ser". Luana Dórea: o mar inspira tattoos(Foto: Estúdio Gato Louco/Divulgação)Luana Dórea, 28 anos @luanadorea As referências da tatuadora vêm da infância, quando filmes como Uma Sereia em Minha Vida aguçavam a imaginação e o desejo de ter um cabelão da personagem Madison. Devota de Iemanjá, a paixão pelo mar aparece em muitos desenhos de Luana. Com traços delicados, ela se esmera em criar sereias e elementos do mar para suas clientes. A criadora também tem uma conchinha tatuada no dedo. "Essa coisa de sereismo é bem recente, nem sei como se pratica. Em mim sempre esteve no cabelo, que não corto de jeito nenhum. Sempre gostei de animações, contos de fadas, filmes. O mar e as sereias aparecem muito nos meus desenhos".Adriatica: usa trabalho como maquiadora e bodypainter para transformar humanos em criaturas de outras dimensões  (Foto: Divulgação)Adriatica, 28 anos @adriaticabodyart Ela nasceu em Maceió e tomou o primeiro banho de mar em Itaparica. Morando em Berlim (Alemanha), usa seu trabalho como maquiadora e bodypainter para transformar seres humanos em criaturas de outras dimensões. A inspiração vem da mitologia, paganismo, tribos indígenas e antigas civilizações. Foi assim em sua última passagem por Salvador, quando fez de uma amiga a representação de Iemanjá para um ensaio fotográfico. "Viver longe do mar só é possível porque tenho a consciência de que ele está em mim. Senti Iemanjá muito forte em Salvador. Acabei pintando o cabelo de  azul porque queria firmar a cor do mar soterapolitano em meu corpo". Sista Katia: grafites que vêm do mar(Foto: Reprodução/Instagram)Sista Katia, 30 anos @sistakatia A grafiteira e cozinheira de comida vegana nem lembra quando as influências do mar começaram em sua vida. Certeza é que sereias apareceram em seus grafites e foram tomando conta de seu traba- lho pelas paredes da cidade. Assim como ela, as persona- gens têm cabelão - mas em tonalidades de azul- e são verdadeiras gordivas. Quando surgiu o convite para posar para a Moringa Criações como sereia, ela não hesitou. "Salvador tem essa cultura de Iemanjá, muitas águas no meu caminho. Meus grafites são uma forma mais contemporânea de homanegear essas sereias mitológicas, religiosas, ancestrais, e trazê-las para esse cotidiano urbano"

A origem do mito e nosso sincretismo

Da Europa Nas sociedades em que se dependia do mar para alimentação ou sobrevivência, havia alguma representação feminina que enfeitiçava os homens - pela beleza e canto - e os levava para reinos subaquáticos. Metade mulher e metade pássaro ou peixe, esses seres personificavam aspectos incompreendidos ou perigosos das águas. Na Grécia Segundo o Livro de Ouro da Mitologia, de Thomas Bulfinch, as sereias viviam numa ilha do Mediterrâneo cercada de rochas e recifes. O episódio mais famoso envolvendo esses seres do mar vem da Odisseia, de Homero. Nele, para se livrar da atração das sereias e retornar a Ítaca, Ulisses teve que se amarrar na embarcação e obrigou os marinheiros a taparem os ouvidos com cera. Iara Dos índios veio a lenda da Iara (ou Mãe D’Água), uma linda sereia de cabelos longos que seduz os pescadores com seu canto.Iemanjá É um orixá nagô, deusa do rio Ogún e representação da fecundidade. Em Orixás da Bahia (1974), Elyette de Magalhães aponta que, no Brasil, a deusa negra (“mãe dos seios lacrimosos”) se combinou com a da sereia europeia. Essa figura sincré- tica é a que conhecemos atualmente e à qual levamos presentes no 2 de Fevereiro.