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"Eu não sou nenhuma florzinha não; não sou frouxa não: sou mulher de verdade", diz Bethânia

Em entrevista ao CORREIO, cantora falou pela primeira vez sobre bronca que deu em sua equipe, durante a turnê com Caetano

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 30 de junho de 2025 às 12:00

Maria Bethânia
Maria Bethânia Crédito: Guilherme Nabhan/divulgação

Durante a turnê que realizou com o irmão Caetano Veloso, a cantora Maria Bethânia ganhou a atenção nas redes sociais quando, no palco, deu uma bronca em sua equipe técnica, em março deste ano, numa apresentação no Rio de Janeiro. Criticada nas redes - e também por alguns jornalistas -, Bethânia falou pela primeira vez sobre o assunto, durante entrevista ao CORREIO para divulgar a nova turnê, que celebra seus 60 anos de carreira. Segundo a artista, houve um problema em seu microfone, que ficou sem bateria. “Não foi o som que estava ruim, mas o meu microfone que parou. Simplesmente, não trocaram as baterias do meu microfone”, disse. “Então, aquilo foi ficando muito tempo, muito tempo e muito tempo. Eu não sou nenhuma florzinha não; não sou frouxa não: sou mulher de verdade”. Veja abaixo a resposta completa.

Num dos shows da turnê com Caetano, em março, houve um problema técnico no som e a senhora interrompeu a apresentação. Em seguida, chamou a atenção de sua equipe de uma maneira que foi considerada rude por alguns, nas redes sociais. A sua reação naquele dia tem relação com este seu rigor profissional, quase um perfeccionismo?

Vou começar dizendo que é muito engraçado: eu já dei umas 50 entrevistas de ontem para hoje e você, baiano, foi o único que tocou neste assunto. Não é engraçado? É engraçado que venha da Bahia esta memória. Ninguém lembrou disso (risos). E você lembrou, você é baiano, como eu. Aconteceu um problema sério, uma dificuldade nos meus solos, num lugar muito difícil de sonoridade. Todos os técnicos que faziam o show - não só os meus - reclamam desse espaço, que tinha uma dificuldade sonora. Sabíamos disso, fizemos quatro espetáculos ali e sabíamos das dificuldades sonoras.

Mas o que aconteceu comigo foi no meu solo, no momento solo. E o que aconteceu foi que o meu microfone deu problema. Não foi o som que estava ruim, mas o meu microfone que parou. Simplesmente, não trocaram as baterias do meu microfone. E eu, a princípio, parei e disse ‘estou sem som’. A plateia reconheceu, eu me afastei do microfone e esperei que os técnicos entrassem para ver qual era a situação. E ninguém entrou [no palco]. Virei para o maestro e disse ‘cadê os técnicos, o que eu faço agora?’.

Acontece que eles cortaram todos os sons, todas as comunicações. Então, meu músico não me ouvia, o maestro não me ouvia, eu não os ouvia, ninguém se ouvia… Eu tirei o microfone e via que o maestro Lucas [Nunes] gritava ‘pelo amor de Deus, me dê a voz da Bethânia, deixa a Bethânia me ouvir’. Então, aquilo foi ficando muito tempo, muito tempo e muito tempo. Eu não sou nenhuma florzinha não; não sou frouxa não: sou mulher de verdade. E aquilo ali, eu achei uma deselegância comigo: não entrar um técnico sequer, quando tínhamos vinte, no mínimo. Vinte! Devia entrar um que dissesse ‘Dona Bethânia, foi a pilha, vamos trocar’. Resolvem e seguimos o show. Mas ninguém entrou e fiquei sozinha naquela situação, diante de doze mil pessoas. Então, é uma situação difícil. Aí, qual a solução?

Estou lhe contando porque é a verdade. Os técnicos falaram ‘a gente ficou tão assustado que a gente se perdeu aqui atrás’. Ficaram com medo de botar a cara ali, como a gente bota. Foram fracos. E a cara que fica é a minha. No chão, ainda por cima.