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Exposição revela produção de Mario Cravo Neto antes de se consagrar

Mostra na Caixa Cultural reúne trabalhos criados entre 1966 e 1975

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 23 de julho de 2025 às 05:00

Foto que está na exposição da Caixa
Foto que está na exposição da Caixa Crédito: Mario Cravo Neto

O fotógrafo Christian Cravo diz que tem interesse especial pelo período em que um artista está criando sua identidade, quando precede o momento em que chega à consagração. “O sonho de todo artista é se manter através da arte, mas isso é uma faca de dois gumes, porque, quando ele consegue chegar à independência, paradoxalmente, sua obra passa por uma estagnação. Isso acontece porque ele já descobriu uma fórmula e aí passa a se arriscar menos”, defende o fotógrafo.

Pensando nisso, Christian decidiu selecionar as fotografias produzidas pelo pai, Mario Cravo Neto (1947-2009), para a exposição Sob o Sol da Bahia, que será aberta hoje na Caixa Cultural, às 19h. As peças selecionadas foram produzidas principalmente entre 1966 e 1975, quando a identidade artística de Cravo Neto estava em formação. “Claro que o artista permanece em evolução, mas parei em 1975 por causa de um acidente de carro que ele sofreu naquele ano e, a partir dali, ele começou a se voltar para a fotografia. A produção de escultura e pintura diminuiu, porque, com as sequelas do acidente, ele diminuiu a força física e a mobilidade”, observa Christian.

A exposição inclui fotos do período em que Cravo Neto viveu em Nova York, quando tinha entre 21 e 23 anos de idade. “Este foi um período de ebulição artística dele, porque, enquanto Nova York era uma cidade cinzenta e de muito concreto, Salvador era um balneário, aquém das tendências internacionais”, afirma Christian.

Cravo Neto teve uma vivência intensa em Nova York segundo o filho e ele voltou da cidade americana depois de um colapso nervoso, quando tinha cerca de 23 anos. “Quando voltou, ele virou a câmera para um aspecto mais arquetípico da Bahia, uma Bahia mais clássica, que está no inconsciente coletivo e fotografou o Recôncavo, as plantações de fumo”, explica Christian.

A mostra tem fotos de pinturas e esculturas criadas por Cravo Neto. Além disso, há três filmes em Super-8 feitos por ele, que podem ser assistidos numa cabine. Um deles é sobre o nascimento da primeira filha do artista; um outro, mudo, retrata um capoeirista lutando ao mesmo tempo em que faz uma performance de dança; o terceiro foi feito uma semana após o acidente, quando Cravo Neto estava no hospital.

“O filme do acidente é importante para entender o que ele [Cravo Neto] se tornou depois dali. Existe uma Mario Cravo pré-acidente e outro pós-acidente. Não só pela busca de uma identidade, mas também porque ele teve um comprometimento físico”, conte seu filho. Depois de sair do hospital, o artista permaneceu na cama e passou, no total, nove meses sem andar. Há uma seção da mostra que tem fotos do período de recuperação de Cravo Neto, quando ele fotografou, deitado, pessoas que iam visitá-lo.

Serviço

‘Mario Cravo Neto: Sob o Sol da Bahia’. Caixa Cultural (Rua Carlos Gomes, 57, Centro). Abertura hoje, às 19h. Visitação: amanhã a 2 de novembro. Grátis

Foto que está na exposição da Caixa por acervo pessoal