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Feiras literárias se multiplicam no estado e já somam mais de 80 eventos de maio deste ano até janeiro de 2026

Segundo semestre na Bahia terá eventos como a Flica, Fligê e Ficaj

  • Foto do(a) author(a) Luiza Gonçalves
  • Luiza Gonçalves

Publicado em 7 de agosto de 2025 às 10:13

Abertura da Flipelô 2025
Abertura da Flipelô 2025 Crédito: CORREIO/Marina Silva

Em oito edições, a Flipelô consolidou-se como um dos eventos literários mais aguardados pelo público baiano e iniciou seu nono ano de atividades ontem (6), com um espetáculo em homenagem a Dias Gomes no Largo do Pelourinho. Durante seus cinco dias, serão dezenas de atividades, com uma expectativa de público mais de 250 mil visitantes. Uma realidade que se expande pelo estado com a fortificação das festas e feiras literárias na Bahia, que, de acordo com números do Governo do Estado, somam mais de 80 eventos de maio deste ano a janeiro de 2026.

“Considero incrível o interesse crescente em festas literárias. É um movimento que nasce do e se fortalece pelo esforço de pessoas ligadas ao campo da leitura, e que hoje já ocupa calendários institucionais oficiais, tornando possível, por exemplo, a captação de recursos para a realização de eventos desse tipo”, celebra o professor e escritor Wesley Correia. Neste ano, ele integra o quadro de curadores de outro sucesso do calendário literário baiano: a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que acontecerá de  23  a 26 de outubro, com o tema Ler é Massa.

Correia destaca dois elementos: a possibilidade de, enquanto autor, estar próximo do público, e o fomento de uma grande comunidade de novos leitores jovens, que, ao contrário do que é dito, seguem engajados na literatura. “Escuto com certa surpresa essa conversa de que a geração atual não lê. Pelo contrário, todos os anos meus alunos me apresentam livros e autores que estão lendo e que eu não conheço. A literatura está vivíssima, naturalmente, reconfigurada a partir das muitas mídias e das tecnologias da informação”, defende.

Letras vivas

Para a escritora e educadora Ester Figueiredo, curadora da Feira Literária de Mucugê (Fligê), o crescimento dos eventos literários é resultado direto da atuação de quem, por iniciativa própria, promoveu a leitura e agora vê esse esforço reconhecido com “as políticas do livro e da leitura implementadas no estado da Bahia e pelos municípios também”.

Ela destaca o papel das leis de incentivo cultural, como a Aldir Blanc e a de Paulo Gustavo, no fomento a propostas e na consolidação de uma agenda literária robusta: “É cada vez mais frequente porque o público no campo da cultura e da literatura está reivindicando o acesso ao livro, o contato com escritores”.

A Fligê nasceu em 2016 a partir da mobilização de um grupo de moradores de Mucugê, com o desejo de fortalecer o cenário cultural da Chapada Diamantina. Segundo Figueiredo, a iniciativa que surgiu como uma conversa entre amigos tornou-se o primeiro evento institucionalizado no campo literário da região. “Os principais objetivos sempre foram agregar o público da cidade, possibilitar maior visibilidade à produção literária da Chapada e fazer com que a literatura realmente se assentasse dentro dessa dimensão de formação humana”, explica.

Neste ano, a Fligê realiza sua oitava edição, de 13 a 17 de agosto. “Impactando tanto no campo da literatura, como também na economia do município. São possibilidades da literatura dialogar com diferentes artes, mas também da geração de renda e da economia criativa”, defende Ester

Em Salvador, a pluralidade de eventos ganha diferentes territórios da cidade, com programações pensadas para e por seus habitantes. Um exemplo é o Festival Literário de Cajazeiras (Ficaj), que chega à sua terceira edição em dezembro e traz como principal objetivo o compromisso com a democratização do acesso à literatura e o diálogo com as juventudes periféricas.

O produtor cultural Alan Costa, membro da organização do evento, acredita que o diferencial da Flicaj está justamente na conexão com a realidade dos jovens e suas múltiplas expressões culturais, como grafite, slam, rap, dança, que se somam a autores em uma programação diversa. “Acredito que o papel justamente de eventos como o Flicaj é aproximar a juventude do que é essa nova narrativa de literatura, que consegue se comunicar de várias formas” diz.