Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Festival Melanina Acentuada celebra a ‘Ancestralidade Futurística’ em julho

Evento une espetáculos teatrais, música, dramaturgia, literatura e poéticas alicerçadas na cultura negra

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 17 de junho de 2025 às 18:11

Aldri Anunciação,  idealizador do Melanina Acentuada Festival
Aldri Anunciação, idealizador do Melanina Acentuada Festival Crédito: Divulgação

Em julho, a dramaturgia negra escreve um novo capítulo na história de Salvador. Entre os dias 9 e 14 do próximo mês, acontece a 7ª edição do ‘Melanina Acentuada Festival’ – evento que une espetáculos teatrais, música, dramaturgia, literatura e poéticas alicerçadas na cultura negra.

O Festival percorrerá diversos pontos de Salvador, como os bairros da Federação, Pituba, Rio Vermelho e Vitória, promovendo um intercâmbio de teatros e espaços culturais, o acesso às narrativas africanas e às discussões afrocentradas na cena soteropolitana.

Repleto de novas atrações, o Pátio Viração da Casa Rosa – localizado na Praça Colombo, no Rio Vermelho – abre a temporada do Melanina com um show da cantora e compositora baiana Sued Nunes, que sobe ao palco no dia 9 de julho, uma quarta-feira, a partir das 20h.

Após a abertura oficial do festival, o roteiro de espetáculos se inicia no Teatro do Goethe-Institut , passando pelo Teatro Jorge Amado, Teatro Cambará da Casa Rosa e o Cineteatro 2 de Julho.

Concepção

O evento nasceu em 2012, idealizado pelo autor, ator, diretor e produtor Aldri Anunciação. Dedicado à promoção e valorização de narrativas, autores, artistas, atores e dramaturgos negros, o festival acumula a apresentação de mais de 40 espetáculos – sucessos de bilheteria – ao longo de toda a sua trajetória.

Esta edição está alinhada em torno da ‘Ancestralidade Futurística’ – que discorre e vivencia as narrativas negras. Sensível às existências contemporâneas, a ausência de linearidade na construção dramaturga ficcional permite que os espetáculos alternem entre o passado e o presente, dialogando através das lentes da diáspora africana. Essa linguagem artística visa enriquecer as histórias narradas nos palcos, introduzindo o público ao conceito de ‘Afrofuturismo e Ancestralidade’.

"A ‘Ancestralidade Futurística’ surge como ferramenta de construção dramatúrgica ficcional, sendo a ‘concept art’ que permeia a construção de histórias, de como nos relacionamos com o tempo. Você precisa lidar com o tempo, distribuir a jornada dos personagens. Aqui temos essa expansão da terminologia temporal, então temos que capturá-la e provocar no público o porquê é importante para a dramaturgia pensar no tempo dessa forma, sem linearidade. O porquê de ser Melanina. É assim que o Afrofuturismo, e sua ancestralidade, surgem como ferramenta da construção de histórias", comenta Aldri Anunciação.

Para 2025, a edição retorna com o aclamado sucesso de bilheteria, ‘Macacos’, de Clayton Nascimento, que delibera sobre o racismo no Brasil através da arte e poética; acompanhado da adaptação ‘Ana e Tadeu’, de Mônica Santana, que abre o circuito de espetáculos já na quinta-feira, dia 10 de julho.

O ano VII do festival também conta com a estreia nacional do indicado ao Prêmio Shell de Teatro em 2 categorias, ’Parto Pavilhão’, de Jhonny Salaberg; o espetáculo ‘Embarque Imediato’, de Aldri Anunciação; ‘Um Ritual – Recital Performático’, de Jamile Cazumbá; e a estreia – diretamente do Vale do Capão, na Chapada Diamantina - da ‘Pretamorphosis’, de Toni Silva.

Com um recorte de sete ateliês em sua 7ª edição, a ensaísta, dramaturga e professora da UFMG, Leda Maria Martins, assina o ‘1º Ateliê de Ideias’ do festival – que acontece no dia 10 de julho, a partir das 16h, na Biblioteca do Goethe-Institut. Referência nos estudos sobre ‘Performances do Tempo Espiralar e Poéticas do Corpo-Tela’, Leda pretende dialogar diretamente com o tema central do evento: a Ancestralidade Futurística. Com uma trajetória que articula pesquisa e pensamento crítico, a poetisa assina diversos artigos e livros em periódicos brasileiros e estrangeiros, além do livro ‘Os Dias Anônimos’, pela Editora 7 Letras.

Outros destaques da programação incluem os atores Antônio e Rocco Pitanga, que integram o espetáculo Embarque Imediato, e Clayton Nascimento – vencedor do prêmio Shell Melhor Ator em 2023, sendo o quarto ator negro mais jovem a receber esse reconhecimento no Brasil.

Já o dramaturgo Jhonny Salaberg faz sua estreia em Salvador com Parto Pavilhão, em uma trajetória marcada por obras premiadas e adotadas em estudos do teatro negro na Noruega. Outra atração confirmada é a do DJ, ator, MC e pesquisador da cultura diaspórica, Eugênio Lima, que assina a sua participação no festival ao compartilhar reflexões e experiências relacionadas à Poética do Teatro Hip Hop, com o tema desta edição.

Por mais um ano consecutivo, o evento segue abrindo espaço para jovens escritores negros, oferecendo consultorias dramatúrgicas que visam aprimorar as suas competências na escrita ficcional. Além disso, o festival conta com entrevistas públicas e compartilhamentos de poéticas, criando uma verdadeira imersão dos saberes ancestrais, permitindo ao público explorar suas raízes, histórias e formas de expressão.

O Melanina Acentuada Festival recebe a assinatura de novas personalidades e figuras conhecidas na cena dramaturga cultural, a exemplo de Diego Araújo, Antônio e Rocco Pitanga, Leda Maria Martins, Toni Silva, Jamile Cazumbá, Clayton Nascimento, Aysha Nascimento, Eugênio Lima (Teatro Hip Hop), Jhonny Salaberg (SP) e Mônica Santana (BA).

Todas as atividades do Melanina Acentuada Festival são gratuitas, exceto os espetáculos, que possuem valor simbólico de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Viabilizando a integração, o festival dispõe de 5% da lotação do espaço para acessibilidade e 10% distribuída gratuitamente para estudantes de escolas estaduais. Para participar, os ingressos para os espetáculos poderão ser adquiridos através do Sympla. Mais informações através do perfil no Instagram @melaninaacentuada.

O Melanina Acentuada Festival – Ano 7 foi contemplado nos editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura - Governo Federal.