Filmes no streaming mostram vida e carreira de ídolos da MPB

Chegou aos cinemas na quinta-feira (12) o filme Meu Nome é Gal, ficção sobre o início da carreira de Gal Costa (1945-2002). O longa vem se juntar a uma série de produções nacionais sobre cantores e cantoras que vem sendo lançadas com intensidade no país.

Elis Regina, Cazuza, Erasmo Carlos... Todos eles já tiveram suas vidas contadas nas telas e boa parte dessas produções está espalhada pelo streaming. Vamos falar aqui de algumas dessas produções que merecem destaque e indicar onde você pode encontrá-las.

Entre os mais recentes, está As Aventuras de José & Durval, série ficcional baseada na vida de Chitãozinho e Xororó. Com uma fórmula que lembra muito a do filme Dois Filhos de Francisco - sobre Zéze di Camargo & Luciano -, a produção começa mostrando a infância da dupla, marcada pela pobreza.

A série tem os elementos clássicos do melodrama e a receita infalível para tocar o espectador: adversidades, morte de pessoas queridas, brigas, e superação. Mas tudo feito com muita competência. E o Globoplay acerta no elenco: os meninos Pedro Tirolli e Pedro Lucas, que interpretam os artistas na infância, nos conquistam de cara. Os irmãos Rodrigo e Felipe Simas também dão conta do recado.

Em 2018, chegou aos cinemas Simonal, sobre um dos maiores cantores da história do país, Wilson Simonal (1938-2000). O filme mostra o auge da popularidade do cantor, que entrou em uma rápida decadência devido a acusações de ser um delator da ditadura militar. O longa, disponível na Netflix, é uma boa chance de refletir sobre o "cancelamento" de Simonal, não à toa apontado como a quarta maior voz do país numa eleição promovida pela Rolling Stone.

Outra valiosíssima voz da música brasileira está na série documental O Canto Livre de Nara Leão, do Globoplay. Em cinco episódios, entendemos que Nara foi também contribuiu para o surgimento da Bossa Nova: era no apartamento de seus pais que aconteciam importantes encontros que reuniam Carlos Lyra, Roberto Menescal e outros nomes fundamentais desse gênero musical. O doc é também uma chance de conhecer o lado politizado de Nara, que fazia questão de gravar compositores negro como Zé Keti e Cartola, numa época em que tinham pouco prestígio.

ONDE VER

As Aventuras de José & Durval - Globoplay

Simonal - Netflix

O Canto Livre de Nara Leão - Globoplay

Vinte anos depois, o Brasil ainda pergunta: "Por que Waldemar?"

Em 14 de outubro de 2020, o Flamengo surpreendia a sua trorcida ao anunciar o nome de seu novo técnico: Waldemar Lemos, que, até então, havia dirigido apenas clubes minúsculos, como o Goytacaz e São Cristóvão. De repente, Waldemar, um desconhecido, ia treinar a maior instituição esportiva do país, que tinha atletas como Felipe Melo, o goleiro Júlio César e o baiano Edílson, que havia sido campeão do mundo em 2002. Para marcar os 20 anos daquela polêmica passagem de Waldemar, a ESPN lança neste sábado (14) no Star+ a série documental Por Que Waldemar?, em três episódios. O primeiro já está disponível e os próximos chegam nos dias 21 e 28. Mas a produção não se atém apenas à passagem de Waldemar pelo clube: ela mostra também como aquele erro de gestão iria trazer mudanças ao Flamengo e explora como este acontecimento foi um ponto de virada na gestão do futebol brasileiro, representando uma ruptura com o passado de amadorismo. Os baianos Vampeta e Edílson, que jogaram no clube carioca, gravaram depoimentos para a série.

O escândalo de Abadiânia, sob o olhar feminino

Estreou no Canal Brasil nesta sexta-feira e já está no Globoplay + Canais a série João Sem deus - A Queda de Abadiânia. A produção dirigida por Marina Person acompanha, pela perspectiva feminina, o escândalo que desmascarou o médium a partir de denúncias da imprensa, até sua prisão. No elenco, estão o ator Marco Nanini, que interpreta João de Deus, além de Bianca Comparato, Karine Teles, Maria Clara Strambi e Antonio Saboia. “As três protagonistas representam as mulheres reais que começaram o escândalo: Carmem representa a fé nos poderes de cura de João de Deus, Cecília representa as vítimas de abuso e Ariane (filha da Carmem) faz o papel de uma menina que só percebe que foi abusada após a fala de outras mulheres”, explica a diretora Marina Person. O projeto teve acompanhamento da Bem Querer Mulher, iniciativa de acolhimento integral a mulheres que sofrem violência no Brasil, para a leitura sensível dos roteiros e apoio presencial no set durante as filmagens das cenas mais delicadas.