Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Anna Luiza Santos
Publicado em 20 de novembro de 2024 às 14:00
Na noite desta terça-feira (19), o ator Lázaro Ramos participou do projeto Conversas para iluminar o mundo, no Clube Manouche, no Rio de Janeiro. Na véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado hoje no dia 20 de novembro, Lázaro falou sobre preconceito e representatividade para as gerações atuais. >
O ator afirmou que a visibilidade dele, enquanto um homem negro, carrega muita responsabilidade.>
"A cultura preta me salva, me dá autoestima e me liberta. Liberta por um lado e traz compromisso para o outro. Nenhuma decisão minha é tomada com rapidez. Sei das consequências de qualquer decisão, principalmente porque a gente sabe que nem sempre há segunda chance para um preto. Quando cancelam um preto, cancelam de um jeito mais pesado." >
Lázaro também contou como nascer e crescer em Salvador o ajudou a desenvolver uma autoestima racial: "Minha vivência na Bahia fez com que eu aprendesse cedo a gostar de ser preto. O Bando de Teatro Olodum me mostrou que a dramaturgia tem outros pontos de vista e vamos fazer espetáculos sobre o nosso jeito de estar no mundo. Aos 16 anos de idade, o coreógrafo Zebrinha me dava carona, colocava Nina Simone para ouvir e ia me traduzindo".>
O ator aproveitou para citar a importância do dia 20 de novembro para o país. "Estamos vivendo um momento de retração da pauta. Acho que é o momento de ficarmos alertas. Quando a gente passa muito tempo sem debater alguns assuntos, alguns extremos acontecem. Estamos pagando o preço de não ter debatido antes", disparou.>