O que levou Davi a final do BBB 24?

Baiano foi o primeiro a conquistar uma vaga na final do programa

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  • Millena Marques

Publicado em 13 de abril de 2024 às 05:15

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Davi é um dos preferidos do público no BBB 24 Crédito: (Reprodução digital | TV Globo)

O sonho pela estabilidade financeira associado a boas doses de estratégia, originalidade e determinação podem responder à pergunta que é título desta matéria: o que levou Davi Brito a final do Big Brother Brasil? Aos 21 anos, o jovem de Cajazeiras se tornou o primeiro finalista da 24ª edição do reality da TV Globo ao vencer a última prova nesta sexta-feira (12). Agora, ele aguarda os últimos dois finalistas, que saem do paredão composto por Alane, Isabelle e Matteus no próximo domingo (14).

A caminhada de Davi no BBB 24 começa dias antes do início do programa – ele e Isabelle foram escolhidos pelo público em uma disputa com mais 11 participantes. Nessa votação, o baiano já apresentava sinais de que seria um dos queridinhos dos telespectadores. Entrou na casa imune, com 60.94% dos votos. No entanto, dentro do programa, os brothers não o enxergavam com o mesmo carinho que o público.

O primeiro paredão veio na segunda semana, com uma indicação do então líder, o cantor Rodriguinho, com o qual teve embates na casa. Na época, a dinâmica do programa exigia o voto de preferência do telespectador e advinha quem foi o mais votado? Com 52,15% dos votos, Davi foi o favorito do público na berlinda contra Juninho e Thalyta, esta foi eliminada na ocasião. Ainda que de forma tímida, o favoritismo do baiano começava a dar indícios.

Uma das primeiras qualidades avaliadas pelo público foi o cuidado do brother com a casa e com os outros participantes. As mesas de café da manhã carinhosamente preparadas o colocaram como alvo do BBB, o que não foi um problema para o telespectador. “Ele é muito prestativo aqui, fazendo comida, mas tentou passar pano fazendo a comida para a galera e acabou deixando a Xepa em uma dificuldade muito grande em dois dias seguidos. E isso me incomoda muito”, disse Luigi no início do jogo.

De lá até a última semana do programa, Davi manteve o protagonismo da edição. Foram oito paredões – o terceiro jogador que foi mais vezes à berlinda, atrás apenas de Babu Santana, indicado 10 vezes, e Alane, que tenta uma vaga na final no seu nono paredão. Além disso, os desentendimentos envolvendo Wanessa Camargo, Yasmin Brunet, MC Bin Laden, Rodriguinho, Leidy Elin, Giovanna e até mesmo uma das suas aliadas, Beatriz do Brás confirmavam o comportamento de protagonista.

A filha de Zezé di Camargo chegou a declarar que o baiano não merecia vencer o programa. “Ele não merece, história triste, história de miséria, de fome, todo mundo tem”, afirmou. Ela foi eliminada justamente por agredir o baiano após uma festa.

Em vídeo publicado pela cantora após a desclassificação, ela assumiu que os comportamentos dentro do BBB em relação a Davi se enquadram no conceito de racismo estrutural. “Está tão enraizado na nossa sociedade e em nós, pessoas privilegiadas, que a gente acaba praticando sem perceber e sem se dar conta de quanto isso afeta a população já tão machucada e discriminada por séculos”, disse Wanessa.

Outra característica avaliada positivamente pelo público é a vontade de ganhar, sem medo de cancelamento virtual e desentendimentos com os participantes que integravam o grupo Camarote, além de representar o povo soteropolitano. “É uma pessoa comum, mas com a questão de não baixar a cabeça para quem não queria ele lá”, disse o humorista e professor de história Matheus Buente.

“Acho muito simbólico que um jovem como tantos da periferia de Salvador tenha conquistado tanta gente sendo "de verdade", com erros e acertos, se impondo e pedindo desculpas e com uma dose de pirraça soteropolitana que a gente vê de longe”, continuou Buente.

A autenticidade, sobretudo no que diz respeito ao povo baiano, é um dos fatores determinantes para o favoritismo de Davi. Quem aponta isso é jornalista e apresentador Raoni Oliveira. “Davi é alguém parecido com você, que está lendo, ou alguém que você conhece. Alguém que não gosta de levar desaforo para casa, mas que também está sempre sorrindo, brincando e se preocupando com o outro”, afirmou Oliveira.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo