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Preta Gil viveu como artista, influencer e empresária

Cantora lançou o primeiro disco em 2003 e administrava uma agência de publicidade

  • Foto do(a) author(a) Roberto  Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 22 de julho de 2025 às 05:00

No Bloco da Preta, chegou a reunir quase um milhão de pessoas na rua
No Bloco da Preta, chegou a reunir quase um milhão de pessoas na rua Crédito: reprodução

Preta Gil demorou para se lançar como cantora: foi somente em 2003, aos 28 anos, que gravou o primeiro álbum, Prét-a-Porter. Antes, havia passado pela publicidade e foi estagiária de uma das maiores agências do país, a DM9, quando atuou com Nizan Guanaes. E, como uma mulher de atitude, a estreia fonográfica já impressionava pela capa: na foto, ela aparecia sem roupa, com o corpo coberto apenas por uma fita do Bonfim, inserida por computação gráfica, a pedido da gravadora, a Warner.

Mas, no encarte interno, os seios ficavam à mostra, como Preta desejava. Com um corpo acima do peso considerado “padrão”, a cantora não se intimidou e fez questão de aparecer sem artifícios. Na época, o pai dela, Gilberto Gil, era ministro da Cultura de Lula e nem isso fez Preta desistir.

Numa entrevista a Pedro Bial, em 2019, ela falou sobre o episódio: “Aquela capa foi incrível, emblemática. Na época eu dizia: ‘Gente, qual o problema de eu fazer uma capa nua?’. Mas lembro que quando fui mostrar para o meu pai, ele falou: ‘Desnecessário, Preta’. Aquilo foi uma confusão na minha cabeça, porque pensei no meu pai, tropicalista, moderno, falando ‘desnecessário’? Mas o meu pai é um sábio. Ele sabia exatamente o que eu ia passar depois e não deu outra”.

A mesma emissora onde fez essa revelação, a Globo, homenageou Preta na abertura da novela Vale Tudo desta segunda (21), com a música tema Brasil cantada por ela. No lugar da imagem de Gal, dona da voz no original, o público pode ver a imagem de Preta.

Carreira

Mas a atuação dela como artista foi além dessa polêmica, tanto que Preta lançou outros três álbuns de estúdio: Preta (2005), Sou Como Sou (2012) e Todas as Cores (2017). Teve também dois registros ao vivo: Noite Preta (2010) e Bloco da Preta (2014). Sua canção mais conhecida foi Sinais de Fogo, gravada em Prét-a-Porter. A composição de Ana Carolina e Antonio Villeroy tornou-se o carro-chefe dos shows.

O Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) divulgou um levantamento e apontou que Preta realizou 271 gravações musicais. Além disso, fez um ranking com as mais tocadas da artista. No topo, está Sinais de Fogo. A família Gil ocupa espaços importantes nas músicas mais tocadas. A regravação de Realce - de Gilberto Gil -, feita com toda a família, está em sétimo lugar. Em terceiro, a parceria entre a cantora e seu filho, o músico Fran Gil, Meu Xodó. Milla, que fez muito sucesso na voz de Netinho, é a décima canção mais ouvida de Preta.

No Rio de Janeiro, onde vivia, a cantora lançou o Bloco da Preta, que fez muito sucesso nos carnavais da cidade. Criado em 2009, conquistou rapidamente o público e se tornou um dos mais populares da capital, com um repertório que misturava funk, axé, pop, samba e MPB. Em 2018, arrastou 760 mil foliões e foi considerado o bloco que mais reuniu pessoas naquele ano. Em 2016, a cantora contou com a participação do pai.

Bloco

“É o momento ápice do meu ano. Trabalho o ano inteiro, faço mil atividades, mas o meu grande 'xodó' é o Bloco da Preta. Nele, deposito muito da minha energia. O ano inteiro de planejamento, reuniões. É um momento muito especial, onde eu fico muito grata a Deus, aos meus fãs”, disse a cantora ao portal g1.

Filha de um baiano tropicalista, Preta naturalmente criou vínculos artísticos com o estado natal do pai. Cresceu cercada por diversos artistas ligadas ao movimento, que foram muito importantes para moldar sua personalidade artística. Afilhada de Gal Costa, gravou com a madrinha Vá se Benzer, no disco Todas as Cores, de 2017.

Quando Gal morreu, em novembro de 2022, Preta disse à Globonews: "Um dos maiores presentes que eu poderia ter nessa vida, uma das primeiras pessoas que me pegou no colo. Me entregaram para ela, nos braços dela. Eu sempre a senti a vida inteira como mãe, como colo, como inspiração. Minha formação na infância e na adolescência passa pela nossa relação, relação de afilhada e de grande influência na minha vida profissional. Antes de tudo vem a mãe, a madrinha, a doçura”.

Preta também gravou com vários outros artistas baianos: com Magary Lord, cantou Apertitivo; com Psirico, Medida de Amor; com Margareth Menezes, Refazenda e Panis et Circencis.

Empresária

Além da carreira como cantora, Preta atuava como empresária, na agência Mynd, que administra a carreira de influenciadores digitais. “Nascemos de uma equipe de empreendedores que, a partir da associação com a cantora e influenciadora Preta Gil, conseguiu construir um caminho de sucesso”, descreve o site da agência. A empresa informa representar mais de 350 pessoas. Seu faturamento anual chega a R$ 350 milhões.

Entre os influenciadores agenciados pela empresa estão cantores (Luíza Sonza, Pabllo Vittar e Xamã), comediantes (Pequena Lo e Ed Gama), apresentadores (Fernando Medeiros e João Silva, filho de Fausto Silva), e atletas (os irmãos Daniele e Diego Hypólito). Além de Preta Gil, a agência tem como sócios a psicóloga e jornalista Fátima Pissarra, o publicitário Carlos Scappini e o economista argentino Juan Pablo Dubini.