Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Série 'Cidade de Deus: A Luta Não Para' está à altura do legado do filme

Clássico do cinema nacional dá origem a série de seis episódios no Max, com direção do baiano Aly Muritiba

  • Foto do(a) author(a) Roberto Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 06:00

Alexandre Rodrigues está de volta como Buscapé. Agora mais velho e fotógrafo consagrado, prefere ser chamado de Wilson
Alexandre Rodrigues está de volta como Buscapé. Agora mais velho e fotógrafo consagrado, prefere ser chamado de Wilson Crédito: divulgação

Há mais de 20 anos, um filme brasileiro, depois de muito tempo, voltava a impressionar o mundo. No Oscar de 2004, foi indicado em quatro categorias, incluindo direção e roteiro. E talvez não seja exagero dizer que Cidade de Deus (2002) é, ainda hoje, a produção nacional mais cultuada internacionalmente. Tanto críticos como o público reconhecem a importância da história baseada no livro homônimo de Paulo Lins.

No ranking do site IMDB, onde votam aficionados por cinema, o longa dirigido por Fernando Meirelles está em 25º lugar na preferência do público. No Rotten Tomatoes, que calcula notas com base em avaliação da crítica, o filme tem a nota 91% de aprovação, com base em 165 resenhas. Para se ter uma ideia do feito, Um Corpo que Cai (1958), para muito especialistas o maior filme de todos os tempos, tem 92%.

O diretor da série, o baiano Aly Muritiba
O diretor da série, o baiano Aly Muritiba Crédito: Lais Lima/divulgação

Agora, o público vai saber o que aconteceu com personagens como Buscapé, Barbantinho, Berenice, Bradock e Cinthia, que estão de volta na série Cidade de Deus: A Luta Não Para. A produção chega ao streaming Max neste domingo (25) e no mesmo dia estreia na HBO, às 21h. No total, são seis episódios, sendo um lançado a cada semana. Na direção, Fernando Meirelles dá lugar ao baiano Aly Muritiba, que dirigiu Cangaço Novo - da Prime Video - e o filme Deserto Particular (2021). Meirelles, no entanto, continua como produtor, assim como sua empresa, a O2 Filmes, o que já dá indícios da qualidade do produto.

Fiel, mas atualizado

O CORREIO teve acesso ao primeiro episódio da série e, a considerar este início, o legado do filme é seguido à altura. Aly, competente diretor de thrillers, reafirma aqui sua vocação para este estilo. O baiano nascido em Mairi soube respeitar a produção original, mas sem canonizá-la: encontrou o equilíbrio entre o velho e o novo, deu rumo aos personagens e atualizou alguns temas, como o poder das milícias, que agora se divide com o tráfico.

Mas há algo que permanece praticamente intocável, o que está longe de ser um problema: a montagem, que agora é de Karen Akerman, segue a linha de Daniel Rezende. O ritmo acelerado - que não chega a ser um maneirismo, já que o filme “pede” isso - remete imediatamente ao trabalho de Rezende, que se consolidou como diretor de filmes como Bingo: O Rei das Manhãs (2017). Lembremos que Rezende concorreu ao Oscar pela edição de Cidade de Deus há 20 anos. E a manutenção do estilo dele na série mostra o quanto seu trabalho foi vanguardista há duas décadas.

A Luta Não Para começa a partir de Buscapé (Alexandre Rodrigues), agora um fotógrafo profissional e muito requisitado que se consagrou depois de clicar a morte de Zé Pequeno no filme. A história se passa em 2004, 20 anos após a trama original e, no lugar de Zé Pequeno, o tráfico na favela é comandado por Curió (Marcos Palmeira), capaz de protagonizar crimes cruéis, mas que também é visto como um benfeitor no morro, tal qual acontece na realidade. Mais que isso, às vezes, são tratados como heróis.

Se no filme, a guerra do tráfico era marcada pela disputa das “bocas”, na série não é diferente: Bradock (Thiago Martins) sai da prisão depois de seis anos e cobra de Curió o “direito” de explorar a área que um dia foi sua. Mas o chefe do tráfico resolve entregar a seu antigo pupilo apenas metade do que ele pede. A outra parte vai para um novo xodó do chefão. E aí surge uma relação que promete muita tensão e que deve marcar os seis episódios.