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Ronaldo Jacobina
Publicado em 18 de outubro de 2025 às 12:00
A primeira vez que estive no restaurante do chef Marco Caria, no ano de 2020, a casa chamava Isola Dei Sapori, que em português significa Ilha do Sabor. Nada mais apropriado para um lugar que nos permite, através de sua cozinha, fazer um passeio por um dos destinos turísticos mais desejados da Itália, a Ilha da Sardenha, a segunda maior do Mediterrâneo. Foi o que fizemos, eu e um amigo, na hora do almoço da última quinta-feira (16). O restaurante, comandado pelos irmãos sardos, Marco e Sílvia Caria, e que foi rebatizado de Isola Cucina Italiana, tem um menu italianíssimo tradicional, inclusive com um dos melhores espaguetes à carbonara da cidade, mas seu diferencial está na gastronomia da região de Campidano, no sul da ilha, de onde os dois vieram, e para onde sempre voltam carregados de insumos locais para se manterem fiéis a cozinha de origem. >
Os pratos da cozinha sarda não ganharam um cardápio especial só para eles (embora mereça muito, até para não passar despercebido pelos mais desatentos como eu), mas estão distribuídos no menu tradicional. Para quem não conhece a gastronomia daquela ilha vale pedir a ajuda do chef que está sempre por lá e volta e meia circula pelo salão para conferir se tá tudo em ordem. Não que seja necessário, até porque desta parte Sílvia cuida muito bem e, embora não seja cozinheira, sabe descrever prato por prato, sobretudo os da sua Sardenha. Mas Marco gosta de ver a cara de felicidade de sua fiel clientela.>
Não perdi a oportunidade, assim que o chef foi se aproximando do salão já levantei a mão e disse que estava ali pra ser transportado para a Sardenha através da sua gastronomia. E assim ele fez, trazendo à mesa o Pai e Casu, uma torrada com pecorino grelhado, mel, nozes e tomate seco, entradinha típica da região. Gostei! Depois foi a vez do Polpo ala Gallurese que parece, mas não é, um vinagrete como fazemos aqui. O de lá vem o polvo cortadinho com tomatinhos e um mix de temperos que reúne salsinha picada, azeite, pimenta do reino, salsão, limão siciliano, balsâmico e batata. Esta última é opcional. “Minha mãe fazia sem batatas e minha tia fazia com batatas, eu gosto com batatas”, diz. Com ou sem batata, a entrada é uma boa escolha.>
Passamos para o “primo piatto”, o primeiro prato principal em uma refeição italiana. Fomos de Malloreddus alla Campidanese, uma deliciosa massa com molho de linguiça suína e tomate, pecorino e perfume de açafrão. Vale ressaltar que a massa é feita pelo chef e a linguiça por um fornecedor local. Tudo artesanal e delicioso. Quase repeti, mas seguindo a cultural local (no caso a italiana, claro), tinha que passar para o “secondo piatto” que foi um peixe fresco - adquirido ali na vizinha colônia de pescadores – que leva o pomposo nome de Pesce all´Acqua Pazza. Cozido no vinho Chardonnay é temperado com tomate fresco, azeitonas, alcaparras e acompanhado de batatas com ervas finas. Aprovamos.>
No final seguimos mais uma sugestão do chef e experimentamos o Saedas, um pastel recheado com queijo coalho e mel orgânico. E antes que você aí diga que queijo coalho não é sardo e sim típico do Nordeste, este foi o único que passou nos testes feitos pelo chef para substituir o queijo pecorino usado no original. Só porque ele queria colocar um sotaque local numa das receitas que trouxe de sua terra. E deu muito certo, a sobremesa não é muito doce e sugere ser pedia junto com o cafezinho que arremata qualquer refeição. Antes que encerre aqui a narração da minha experiência, quero acrescentar mais uma informação pra você que já está aí programando a visita: esse tem sim uma boa relação custo/benefício. >
Serviço: >
Isola Cucina Italiana - @isolacucinaitaliana>
Rua Guedes Cabral, 123 - Rio Vermelho >
Telefone:71 99343 2998 >