Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Bethânia e Paulo César Pinheiro celebram Canô e o lendário Besouro

Os santo-amarenses Besouro Mangangá e Dona Canô, 103 anos, acabam de receber merecidas homenagens de dois de seus maiores fãs

  • D
  • Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2010 às 09:03

 - Atualizado há 2 anos

Franco Caldas Fuchs, do Rio|Redação CORREIO

Ele foi o maior mestre de capoeira que o Brasil já teve. E ela até hoje é mestre na arte de viver. Os santo-amarenses Besouro Mangangá (1895- 1924) e Dona Canô, 103 anos, acabam de receber merecidas homenagens de dois de seus maiores fãs: o compositor carioca Paulo César Pinheiro, 61 anos, e a cantora  baiana Maria Bethânia, 64.

Enquanto Bethânia dedica seu DVD/CD duplo ao vivo Amor, Festa, Devoção (Biscoito Fino) a sua mãe  Claudionor Viana Teles Velloso, a doce Canô, Paulo César Pinheiro lança o disco Capoeira de Besouro (Quitanda), trilha sonora de sua  peça Besouro Cordão-de-Ouro, inspirada no universo desse lendário capoeirista.

Maria Bethânia e Paulo César Pinheiro durante apresentação de seus novos projetos   Os artistas conversaram com a imprensa sobre esses novos trabalhos na última sexta-feira, no Rio, na sede da gravadora Biscoito Fino.

Ginga de Besouro   “A história que Paulinho trouxe vem da minha terra. E  a Quitanda foi premiada com esse disco que é um prazer de ouvir”, disse Bethânia ao apresentar o trabalho do amigo e se referindo ao selo musical que ela   dirige desde 2003.

Ela lembrou ainda  que seu pai, José Te1les Velloso (1901-1983), sempre contava aos filhos histórias sobre as peripécias de Besouro, um capoeirista imbatível,  boêmio e compositor.

Com sua voz rascante, Paulo César Pinheiro  explicou que seu fascínio por Besouro surgiu  por intermédio do violonista  Baden Powell (1937- 2000). Conhecedor das tradições da Bahia, foi o gênio do violão - criador dos afro- sambas ao lado de Vinicius de Moraes (1913-1980) -  que lhe  apresentou aos famosos versos do capoeirista: “Quando eu morrer, me enterrem na Lapinha/ Calça-culote, paletó almofadinha”. Eles  seriam a gênese da música Lapinha,  primeira parceria entre Pinheiro e Baden,  e que terminou  vencendo a Bienal do Samba, da TV Record,  em 1968, com a interpretação de Elis Regina (1945-1982).

Desde então, Besouro continuou povoando o imaginário de Pinheiro, até que no início da década de 2000 ele  intensificou suas pesquisas sobre o capoeirista, viajando a Santo Amaro.

“Lá eu fiquei na casa do   amigo e professor Jorge Portugal, que me apresentou a velhinhos que conheceram Besouro”, contou.   Mesmo sem saber tocar berimbau, Pinheiro diz que absorveu, através de vários discos,  os toques desse instrumento. Depois disso, criou 14 composições sobre o universo do capoeirista, e escreveu o texto da peça Besouro Cordão-de-Ouro, que estreou em 2006, com a direção de João das Neves.

O espetáculo venceu, naquele ano, o  Prêmio Shell de Teatro nas categorias melhor música e melhor direção musical. O projeto de lançar a trilha sonora  em um disco ficou em banho-maria, “até receber um banho Maria Bethânia”, brinca Pinheiro, sobre a decisão da amiga de lançá-lo pelo selo Quitanda.    Riqueza musical Com um instrumental sofisticadamente simples, o disco conta com a participação de artistas como Maurício Carrilho no violão, Luciana Rabello no cavaquinho e o   baiano   Mestre Camisa - uma das figuras mais célebres do mundo da capoeira -  no berimbau gunga.

No repertório,   vale destacar a  bela releitura de Lapinha, que se transforma em samba de roda, e  também  Toque de Amazonas, que abre o disco com versos  bem atuais: “No Largo do Pelourinho/ O bem convive com o mal/ Mas não se deve ter medo/ De frequentar o local/ Dizia mestre Besouro/ Na Roda do Berimbau/ Balança que pesa ouro/ Não é pra pesar metal”.

O disco, que estabelece um intenso dialogo com as tradições culturais da Bahia, vai agradar tanto aos fissurados pela ginga da capoeira, quanto qualquer ouvinte que aprecie  boa música.

O  jornalista viajou a convite da Biscoito Fino

Assista a trechos do show de Bethânia: Amor, Festa, Devoção

###YOUTUBE###

###YOUTUBE###

###YOUTUBE###