Christiane Torloni lembra perda de filho: 'Não existe superação'

Há 27 anos, um dos filhos da atriz morreu atropelado

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  • Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 15:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/TV Globo

A atriz Christiane Torloni relembrou a morte do filho Guilherme, que tinha 12 anos quando foi atropelado acidentalmente pela própria mãe, em outubro de 1991, e não resistiu aos ferimentos. Em entrevista a O Globo, Torloni afirmou que a dor da perda ainda a machuca. "Não existe superação. Nada fica igual como antes. Mas o dia a dia vai reconstruindo as pessoas", afirma. "Hoje, sou uma pessoa muito mais frágil do que era há 27 anos. Tomo cuidado com os que estão à minha volta para que não me desestabilizem". 

Guilherme era um dos filhos gêmeos do casamento da atriz com o diretor Dennis Carvalho. Logo depois da morte dele, Torloni viveu por 3 anos em Portugal. "Nunca saí por causa do Brasil. Só quis viver meu luto", explica. Ela afirmou que todos os dias começa com dor, em diferentes níveis. "Tem dia que ela está menor, tem dia que ela está mais forte". Sobre o acidente em si, a atriz prefere não falar. "Faz muito mal pra mim (...) É feito o tsunami que há uns anos mexeu com o eixo da Terra. Minha Terra mudou de eixo. Meu tempo mudou. Tenho que tomar cuidado comigo". 

A atriz diz que faz terapia desde os 17 anos e que já foi casada com um psicanalista. Ela falou ainda em sua entrevista sobre a direção do documentário “Amazônia — O despertar da florestania” e negou uma fama de mal-humorada. "Se eu fosse problemática, não teria construído a carreira que construí. Tem gente que trabalha comigo há 40 anos", afirma.

Sobre o momento político do Brasil, Torloni afirmou que prefere não divulgar publicamente seu voto e lutar por causas. Falou ainda da divisão do país. "Estamos mais mobilizados, e isso pra mim é mais importante do que aquela atitude blasé de anos atrás, quando parecia que estavam botando Rivotril no Rio Guandu. As pessoas estavam anestesiadas", afirma. Questionada sobre um possível "patrulhamento" no meio artístico, afirmou que não é algo democrático."Isso para mim instaura a discórdia, a falência das relações civilizadas. Trabalho com pessoas que têm visões diferentes das minhas. Ouço o que elas têm a dizer, acho interessante".