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Portal Edicase
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 05:00
O forro é um recurso versátil na arquitetura de interiores, trazendo praticidade e beleza aos espaços. Ele amplia as opções de iluminação, favorece o bem-estar e acrescenta identidade ao design. Com múltiplos materiais, texturas e formatos, integra-se a diferentes propostas, do clássico ao contemporâneo, enriquecendo cada ambiente de maneira singular e reforçando o estilo desejado no projeto. >
“Os forros não são apenas complementos, eles fazem parte do desenho arquitetônico. Quando bem planejados, ajudam a organizar as instalações, trazer aconchego e ainda contribuem para o estilo do espaço”, comentam os arquitetos Alexandre Pasquotto e Mariana Meneghisso, que juntos comandam a Meneghisso & Pasquotto Arquitetura. >
Tipos de forro
De modo geral, os forros cumprem um papel técnico essencial ao esconder vigas, tubulações de esgoto, infraestrutura de ar-condicionado e cabeamentos, situações comuns tanto em apartamentos quanto em casas. Além disso, criam espaço para embutir iluminação, caixas de som, difusores de climatização e cortineiros automatizados ou tradicionais. >
“Os forros permitem sistematizar o que ficaria exposto no teto e ainda ajudam a enobrecer a arquitetura. A iluminação indireta, por exemplo, ganha muito com sancas que projetam a luz de forma suave, tornando o ambiente mais agradável”, explica Alexandre Pasquotto. >
Ademais, os forros também desempenham um papel essencial no conforto de um lar. Por isso, Mariana Meneghisso indica materiais como drywall acústico, lã de rocha e placas perfuradas que ajudam a reduzir o ruído, sendo muito usados em home offices , salas de TV e home theaters . Já do ponto de vista térmico, o forro também funciona como barreira entre a laje e o interior, o que contribui para a regulagem da temperatura e maior eficiência energética. >
“O forro pode ser planejado como um aliado ao bem-estar. Quando pensamos em acústica, ele melhora a experiência do espaço , quando pensamos em temperatura, ajuda a reduzir a necessidade de climatização artificial”, destaca a arquiteta. >
Diante de um leque de materiais para forros, cada um com características próprias que se adequam a diferentes propostas arquitetônicas, a dupla destaca os principais e aponta outras opções que ainda encontram espaço em projetos específicos. Confira! >
É o mais usado atualmente em residências por sua praticidade, rapidez de execução e grande versatilidade. Permite a criação de sancas, cortineiros embutidos, iluminação diferenciada e até soluções acústicas, trazendo funcionalidade sem abrir mão da estética. >
Embora seja uma escolha menos comum, continua presente em projetos de alto padrão, justamente pelo valor estético que agrega ao ambiente. A madeira transmite aconchego e calor, além de exigir baixa manutenção quando bem instalada. >
Ainda é querido por sua versatilidade estética que permite criar diferentes desenhos, desde linhas retas e discretas até sancas e rebaixos mais elaborados. >
De material leve e resistente à umidade, vem ganhando cada vez mais espaço, sobretudo em áreas externas cobertas, como varandas e espaços gourmet, onde se exige maior durabilidade sem perder a estética. >
Com aplicação mais recorrente em ambientes comerciais e de menor exigência estética, o PVC se destaca pelo uso popular e facilidade de limpeza. Apesar disso, é menos empregado em residências de médio e alto padrão. >
Alexandre Pasquotto alerta para alguns modelos de forro, antes muito comuns, que perderam espaço. “O antigo forro de gesso em plaquinhas vem caindo em desuso. Além de mais pesado e difícil de reparar, ele é menos produtivo na obra, sendo substituído pelo drywall e por opções mais modernas e eficientes”. >
Como tudo em um projeto de arquitetura é premeditado, para que o ambiente não fique desconfortável, o arquiteto explica que é preciso respeitar alturas mínimas no rebaixo. A medida varia conforme os equipamentos embutidos, por exemplo, luminárias de LED podem exigir somente 6 a 7 cm, enquanto luminárias maiores, caixas de som e ar-condicionado do tipo cassete necessitam de 15 a 17 cm, mas ar-condicionado dutado ou cassete de quatro vias demandam de 25 a 35 cm. >
Além disso, é preciso antever ainda na fase inicial de briefing o que os moradores desejam e se interessam que possam vir a ser instalados no forro. “Se o cliente decidir instalar um ar-condicionado ou projetor retrátil depois, o espaço já deve estar previsto”, comenta Alexandre Pasquotto. >
A etapa da instalação do forro exige um planejamento detalhado. Módulos elétricos, caixas de passagem e reatores de luminárias devem ser bem posicionados, garantindo manutenção fácil e evitando a necessidade de aberturas constantes do forro no futuro. Já os equipamentos de climatização, como cassetes e dutos, requerem alçapões bem dimensionados e preferencialmente localizados em áreas secundárias, como lavanderias e lavabos, para não interferirem na estética dos ambientes sociais. >
“Outro cuidado fundamental é a ancoragem de elementos pesados. Pendentes, coifas ou até portas de correr suspensas não devem ser fixados no forro, mas diretamente na laje, para garantir segurança e evitar fissuras”, alertam os arquitetos da Meneghisso & Pasquotto Arquitetura. >
Quanto à manutenção, em áreas que exigem maior proteção, como rotas de fuga e cozinhas gourmet, é possível utilizar forros resistentes ao fogo. Além disso, prever aberturas estratégicas e alçapões garante uma manutenção mais simples e evita danos à estrutura em caso de possíveis reparos. >
Em apartamentos com pé-direito reduzido, a solução é aplicar o forro somente no perímetro do ambiente. Dessa forma, cria-se espaço para embutir recursos de iluminação, décor e outros, preservando o centro no pé-direito original. “Essa técnica evita a sensação de achatamento e garante que o forro exerça sua função sem comprometer o conforto visual do ambiente”, explicam os arquitetos. >
Por isso, mais do que um simples acabamento, o forro é um elemento versátil capaz de transformar os espaços com estética, técnica e funcionalidade, contribuindo tanto para o design quanto para a sensação de acolhimento no dia a dia. >