Fanfarras abrem a festa à moda antiga e levam multidão até a Barra

Desde cedo, os cerca de 40 amigos travestidos de mulheres já estavam fazendo a festa no Farol da Barra

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 21:51

- Atualizado há um ano

A largada foi dada nesta quarta-feira, quando o clima do Carnaval já dominou a Barra. No circuito Sérgio Bezerra, 28 atrações de fanfarra desfilam à moda antiga do Farol até o Clube Espanhol. Foliões de todas as idades brincam ao som de tambores, trompetes, embalados por hits atuais - como Paredão Metralhadora, da banda Vingadora - e também pelas tradicionais marchinhas de Carnaval. Desde cedo, os cerca de 40 amigos travestidos de mulheres já estavam fazendo a festa no Farol da Barra. "Todo ano a gente escolhe uma fantasia e, desde pequenos, marcamos presença na folia", conta o engenheiro civil Maurício Dantas, de 34 anos. A brincadeira, que já virou tradição, conta com um mini-carro de som feito pelo próprio engenheiro. "Não tem maneira melhor de dar boas vindas ao Carnaval. É tempo de alegria", comemora. Bloco Xupisko foi um dos primeiros a desfilar pelo circuito Sérgio Bezerra, que dá largada ao Carnaval na BarraFoto: Max Haack/AgecomPara a aposentada Eugenir Ribeiro, 63, este é o melhor dia de festa, justamente por ter as músicas de sua época. "Nós chegamos bem cedo e ficamos até o final", revela ela, que veio com mais sete amigas - com idades entre 49 e 69 anos - vestidas de Mulher Maravilha. "A gente veio de 'mulheres poderosas' porque todas nós conseguimos emagrecer no ano passado. Somos fortes. Temos super-poderes", acrescenta a aposentada Giana Seixas, 63, que também compunha o grupo. A programação, que começou por volta das 19h30,  inclui velhos conhecidos da festa da quarta-feira, como Xupisco, Gravata Doida, Concentra + Não Sai, Pinguço e a Banda Habeas Copos, que iniciou a tradição da festa antecipada no bairro. "Esse desfile começou há 38 anos. Mas, com a trieletrização (sic.) do Carnaval da Bahia,  os grandes clubes deixaram de ter Carnaval em seus salões. Vimos a necessidade de descentralização do Carnaval e comecei a sair com a banda do Habeas, como um pré-Carnaval", conta o presidente e fundador do Habeas Copos, e que também dá o nome ao circuito alternativo, Sérgio Bezerra. Segundo ele, a oficialização do circuito, em 2013, foi importante para a valorização do segmento de fanfarras, que hoje está de volta às ruas da capital e anima o primeiro dia de folia. "O circuito é uma homenagem, em vida, não só a mim, que sou um Carnavalesco nato, mas a um grande público que curte o Carnaval Acústico. A melhor coisa desse circuito é que tem filho, filha, mãe, avó. Todos participam", afirma. O bloco, inclusive, homenageou o projeto Axé, um trabalho de inclusão social de destaque na cidade.

Veja nas fotos abaixo a curtição dos foliões na Barra (Fotos por Evandro Veiga/CORREIO)

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O primeiro bloco da noite, o Bloco da Redução de Danos, apostou na conscientização do público. Foram distribuídas camisinhas e latinhas podiam ser trocadas por copos de água. Com a música 'We are Carnaval', os blocos Xupisco e Concentra + Não Sai embalaram foliões e abriram alas para os dias de folia. "É muito bom poder participar e relembrar dos tempos antigos", afirma o professor de Karatê Valberto Alcântara, 78, folião do bloco Concentra + Não Sai.