Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Vinicius Harfush
Publicado em 29 de julho de 2023 às 05:00
A seleção que levantar o troféu de campeã da Copa do Mundo Feminina neste ano terá mais um motivo para comemorar a conquista, além da sonhada estrela. Isso porque o Mundial de 2023 pagará um valor recorde de premiação para os times participantes, que pela primeira vez ultrapassará a casa dos 100 milhões de dólares. Instituída apenas em 2007, na quinta edição da competição, a premiação para as seleções participantes alcançou nesta edição um montante de 152 milhões de dólares (R$ 527 milhões na atual cotação), três vezes maior do que foi distribuído em 2019, durante a Copa da França. >
Para se ter uma ideia ainda mais clara sobre a evolução dos prêmios distribuídos pela Fifa no Mundial feminino, a Copa da China, em 2007, recebeu apenas US$ 5,8 milhões de investimento da entidade máxima do futebol. É um aumento de mais de 26 vezes em quatro edições realizadas. Os dados são da Fifa e da Football Benchmark, plataforma que reúne análises de dados e estatísticas no futebol.>
No atual cenário, 72% desse valor, ou US$ 110 milhões, serão destinados à premiação, de fato, das seleções e das atletas. São US$ 61 milhões para as equipes e 49 mi para as atletas.>
Na fase de grupos, cada uma das 32 seleções participantes garantem pelo menos US$ 1,56 milhões. As equipes que chegarem na final também já garantem, no mínimo, US$ 14,5 milhões. O campeão alcança mais um montante de US$ 4,29 milhões. Mais abaixo você confere os prêmios a cada fase disputada.>
Quando se fala da grana paga às jogadoras, os valores variam de US$ 30 mil, para àquelas que participarem apenas da primeira fase, e que pode chegar até US$ 270 mil para as atletas campeãs. O relatório financeiro da Fifa voltado para o futebol feminino ressalta que o valor mínimo pago às jogadoras representa duas vezes mais que o salário médio de uma jogadora de futebol profissional no mundo, que gira em torno de US$ 14 mil.>
Os outros 28% dos 152 milhões de dólares serão distribuídos como dinheiro de preparação para as federações e um ‘programa de benefícios’ aos clubes das atletas. Isso representa US$ 42,56 milhões. Essa é uma das formas encontradas pela Fifa para compensar financeiramente as equipes que cederam as jogadoras para disputar o Mundial. Ele é repassado para que as federações paguem os times em cada um dos 32 países. >
Essa é apenas a segunda edição da Copa Feminina que tem esse tipo de benefício para as federações e para as equipes. Na Copa da França, o valor distribuído para esses pagamentos foi de 20 milhões de dólares, ou seja, 40% do total da premiação.>
Apesar da marca histórica, vale ressaltar que o dinheiro investido para as premiações na Copa do Mundo feminina segue bem abaixo do que é praticado no futebol masculino. Em comparação ao mundial de 2022, por exemplo, o valor de premiação pago às seleções (US$ 110 mi) desta edição é quatro vezes menor do que os 440 milhões de dólares pagos pela entidade aos envolvidos na disputa pelo troféu no Catar.>
Lá, a Argentina, campeã do torneio, embolsou 42 milhões de dólares, enquanto a França, vice-campeã, ficou com US$ 30 milhões. A Seleção Brasileira chegou a US$ 17 milhões, até ser eliminada nas quartas de final pela Croácia. Isso significa que, se a Seleção Feminina for campeã na Austrália e Nova Zelândia, o prêmio será 3 milhões de dólares a mais do que a CBF recebeu na campanha masculina, que ficou pelo caminho.>
E as altas cifras não são praticadas apenas agora, em um mundo do futebol altamente valorizado. Lá em 2007, quando houve o primeiro pagamento às equipes femininas por participarem da Copa, o Mundial masculino já havia pago US$ 370 milhões distribuídos entre os participantes da Copa da Alemanha, que aconteceu apenas um ano antes.>
Se considerar o aumento no número de participantes da Copa do Mundo masculina a partir de 2026, que vai chegar a 48 equipes, as cifras envolvidas certamente precisarão ser ainda maiores.>
Veja os valores pagos por seleção a cada fase avançada>