Improvisações de Ceni reduzem opções para o meio-campo do Bahia

Clube liberou três laterais esquerdos e vive dor de cabeça no setor

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Publicado em 1 de abril de 2024 às 16:41

Rogério Ceni Bahia
Rogério Ceni lamentou falta de peças para fazer as trocas no meio-campo tricolor Crédito: Tiago Caldas /EC Bahia

A derrota por 3x2 de virada no clássico contra o Vitória ainda ecoa na cabeça dos tricolores. O Esquadrão abriu 2x0, no Barradão, mas acabou derrotado na primeira final do Campeonato Baiano. Na análise do técnico Rogério Ceni, a falta de peças para substituir os jogadores no meio-campo fez a diferença na perda do controle da partida. A justificativa, no entanto, expõe o planejamento na montagem do elenco.

Contra o Vitória, o Bahia iniciou a partida com seis meio-campistas. Além do quarteto formado por Caio Alexandre, Jean Lucas, Cauly e Everton Ribeiro, o volante Rezende foi improvisado na lateral esquerda, e Thaciano fez o papel de falso 9, o que ajudou a reduzir as opções do treinador no banco de reservas.

A lateral esquerda, aliás, é o setor que mais faz o Bahia perder peças de meio-campo. No início do ano, o Esquadrão optou por liberar Matheus Bahia e Chávez, emprestados para Ceará e Lens, respectivamente, e Camilo Cándido, que estava emprestado pelo Nacional e foi vendido ao mexicano Cruz Azul. O clube iniciou a temporada com os garotos Ryan e Caio Roque, mas costuma improvisar no setor O volante Rezende e o meia-atacante Luciano Juba foram os que mais atuaram na posição.

Além da pouca minutagem, Ryan está machucado e Caio Roque voltou a atuar depois de quase um ano se recuperando de lesão no joelho. O Bahia contratou o lateral esquerdo Iago Borduchi, que pertence ao Augsburg, da Alemanha, mas ele só se apresentará em julho, após o fim da temporada europeia.

Lá na frente, o polivalente Thaciano passou a ser utilizado como a referência do ataque, uma estratégia que deu certo. Autor de um dos gols no Ba-Vi, ele já balançou as redes seis vezes este ano. Para o setor, o tricolor conta ainda com Everaldo e Oscar Estupiñan como centroavantes de origem.

“Não temos as trocas necessárias para o modelo de jogo no meio-campo. Temos as trocas para o ataque. (...) Dentro do modelo de jogo que a gente construiu, muito bem treinado, futebol prazeroso de se ver, em determinado minuto, quando o cansaço bate, a gente sofre mais que o normal”, lamentou Ceni.

Ao todo, o elenco do Bahia conta com pelo menos 11 opções para o meio-campo. Os garotos Roger e Sidney estão machucados e não foram relacionados para o Ba-Vi. Já o volante Acevedo, que rompeu os ligamentos do joelho no ano passado, se recupera de cirurgia.

De acordo com Rogério Ceni, o Bahia não deve fazer grandes contratações para o restante da temporada. Até aqui, os principais gastos do clube foram justamente para o setor de meio-campo. A dupla Caio Alexandre e Jean Lucas custou cerca de R$ 48 milhões aos cofres do tricolor.

“Dificilmente vamos fazer contratações... Já se gastou muito dinheiro, investiu bastante dinheiro. Vejo falando que tem milhões, milhões. Foi investido bastante ano passado, bastante esse ano. Estamos tentando achar alguma peça para fortalecer o setor e ter uma troca a mais”, explicou.

ALERTA LIGADO

Apesar da derrota no primeiro jogo da final, Rogério Ceni acredita que o Bahia tem condições de reverter o cenário e conquistar o título no jogo da volta. Para isso, o tricolor precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença. O triunfo por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis. O Vitória tem a vantagem do empate.

O treinador, no entanto, destaca que não será um jogo fácil. Ceni pontua que, pelo modelo de jogo propositivo, o Bahia será competitivo por pelo menos 70 minutos, mas sofrerá nos 20 minutos finais.

"Eu só me importo, nesse momento, com a semana cheia para trabalhar, com o confronto de domingo. Até o minuto 60 ou 70 do domingo que vem, pode ter certeza de que vamos estar muito bem dentro do jogo e que nós vamos sofrer novamente dentro dos últimos 20 minutos devido ao que eu expliquei na entrevista", analisou.