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Portal Edicase
Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 19:25
Imagine um lindo país medieval com natureza abundante, museus, monumentos históricos, gastronomia de alto nível e atrações para todas as idades, tudo isso com um câmbio superfavorável para os brasileiros. Essa é a encantadora Polônia!
Desde a moderna capital Varsóvia a cidade medieval de Cracóvia, o país oferece muitas experiências fascinantes para os visitantes.Visitamos as 3 principais cidades turísticas para descobrir o que torna a Polônia um destino tão especial. Varsóvia, Cracóvia e Breslávia possuem muita história, castelos, cultura, natureza e bons hotéis e restaurantes com preços convidativos.
Capital e maior cidade do país, é intensa. A tradição e o novo convivem em perfeita harmonia. A cidade foi duramente castigada durante a Segunda Guerra Mundial, precisando passar por uma grande reconstrução, que tornou o seu centro histórico o mais jovem do mundo e listado como Patrimônio Mundial da Humanidade.
A primeira vez que visitamos um lugar é importante fazer um city tour para nos localizarmos. Em Varsóvia, a nossa dica é conhecer os pontos principais na exclusiva Nysa 522, uma minivan retrô que vai te mostrar pontos turísticos relacionados à época do regime comunista.
A igreja de Santa Cruz, no centro antigo, é parada obrigatória para os fãs de música clássica, pois é onde repousa o coração do pianista Frédéric Chopin.Considerado um dos poloneses mais ilustres de todos os tempos, o músico também foi homenageado com um museu que leva o seu nome.
O vasto acervo de objetos pessoais e material musical do compositor somam mais de 7.000 objetos, sendo uma das maiores coleções do mundo dedicadas a um artista, a maioria dos itens foram coletados e doados pelos familiares e alunos próximos de Chopin.
Uma das melhores maneiras de conhecer a história recente da cidade é visitando o Museu do Levante de Varsóvia, que ocorreu em 1° de agosto de 1944. Com recursos multimídias e mais de 30 exposições, o museu apresenta a história da resistência polonesa, que lutou contra o nazismo, além de mostrar armas, fotos, cartas, objetos e filmes da época da guerra.
Já o Museu Nacional de Varsóvia, originalmente fundado em 1862, é atualmente um dos museus de arte mais antigos do país, sua coleção possui cerca de 830.000 obras de arte da Polónia e do estrangeiro, desde os tempos antigos até ao presente, incluindo pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, fotografias, moedas, bem como objetos utilitários e de design.
Outra atração importante é o Palácio da Cultura e Ciência, o prédio imponente, porém controverso, é uma herança do domínio soviético, deixada por Stalin, que no início não agradou muito os poloneses, mas hoje é visto como um símbolo da capital. Além de ponto turístico, atualmente o Palácio abriga, cinema, museus e teatros. No 30º andar fica o mirante de onde é possível desfrutar de uma vista panorâmica da cidade.
Cada país tem uma bebida que define o espírito local, na Escócia é o whisky, na França o conhaque, na Itália é a grappa e na Polônia é a vodka. A vodka faz parte da história e do espírito polonês desde a idade média e é consumida no mundo todo até os dias atuais. O Museu da Vodka é o lugar ideal para conhecer o processo de produção, a história e, também, degustar diferentes tipos da bebida. Depois da visita, vá até o bar e experimente alguns dos saborosos drinks e petiscos. Garanto que você vai gostar.
Considerada um destino turístico cosmopolita para muitos visitantes internacionais, Varsóvia mistura arquitetura moderna e antiga, oferecendo uma visão única da história polonesa.
A cidade mais visitada da Polônia foi também a capital do país e sede da família real de 1038 a 1596. Localizada no sul da Polônia, pertinho da fronteira com a República Tcheca, era a preferida do Papa João Paulo II, que dizia que “Cracóvia era a cidade da sua vida”, afinal foi lá que aconteceu boa parte do seu sacerdócio. Atualmente é uma metrópole com uma intensa vida cultural, todo ano são realizados mais de 100 festivais e eventos internacionais.
Cracóvia pode ser facilmente considerada uma das mais belas cidades européias . Começando pelo coração da cidade, a charmosa Praça do Mercado é onde os visitantes encontram lojas de souvenires, restaurantes, bares, prédios e monumentos históricos muito bem preservados, além da suntuosa Basílica de Santa Maria, com duas torres de alturas diferentes, uma é mais alta do que a outra.
Da torre mais alta soa de hora em hora uma trombeta, esse som é uma homenagem a um trompetista que morreu tentando avisar ao povo que a cidade seria invadida.É possível participar de uma visita guiada ou simplesmente entrar para admirar a beleza desta igreja histórica.
Saindo da praça e com menos de 15 minutos caminhando, você chega ao Castelo de Wawel. Situado no alto da colina de mesmo nome, a majestosa construção é considerada um símbolo nacional e já foi a residência dos reis poloneses por vários séculos.
Atualmente é um importante ponto turístico e cultural do país. Este complexo abriga diversas exposições de arte e artefatos que datam desde a Idade Média até os tempos modernos e a impressionante Catedral de Wawel construída no século XIV.
Como todo castelo, esse também está associado a uma lenda. Nesse caso, diz a lenda, que um Dragão ameaçou Cracóvia na ocasião em que foi fundada. O dragão atacava pessoas e animais e se escondia em uma caverna no pé do morro de Wawel. Todos os cavaleiros que tentaram matá-lo acabaram morrendo.
Quem finalmente conseguiu vencer o dragão foi um humilde sapateiro.O dragão vencido acabou se tornando um símbolo do Castelo e da cidade e está impresso em muitas lembranças que os visitantes levam para casa, como chaveiros, camisetas etc.
Ao final da sua visita passe no café do castelo e prove o doce favorito do Papa João Paulo II, o Kremówka Papieska ou “doce de creme do Papa”, preparado com massa folhada recheada com creme. É muito gostoso!
O Kazimierz é o principal bairro judeu de Cracóvia. É uma região boêmia, com lojas, bares e restaurantes com música ao vivo, mas que ainda guarda monumentos da cultura judaica. Vale o destaque para a antiga Sinagoga do século XVI e para o cemitério Remuh, com algumas lápides que foram danificadas durante a Segunda Guerra e diversas ruas que serviram de cenário para filmes como A Lista de Schindler . Além de tudo disso, nos arredores da cidade há ainda outras atrações mundialmente conhecidas.
A mina de Sal Wieliczka é um passeio bem curioso e próximo a Cracóvia. O sal vem sendo extraído desta mina desde o século XIII. Ela possui 9 níveis, sendo que o mais profundo fica a 327m debaixo da terra. São 350km de passagens subterrâneas. Mas, por questão de segurança, os turistas só podem percorrer 2km.
Nesse percurso é possível observar lagos , capelas e esculturas feitas de sal. Curiosamente, lá embaixo há um restaurante e um cinema e, em algumas câmaras, são montadas peças de teatro, concertos e até bailes. Vale a pena conferir.
Uma visita fundamental durante sua passagem pela Polônia são os campos de concentração de Auschwitz-Birkenau. Considerado o maior complexo de campos de prisioneiros estabelecido pelos alemães, é um lugar repleto de lembranças que nos fazem refletir.
Quem tiver interesse em visitar, deve ser movido pelo interesse histórico e não por diversão, porque foi aqui que as tropas nazistas exterminaram mais de um milhão de pessoas. Logo na entrada passa-se por um longo corredor onde se ouve, através do sistema de som, o nome das vítimas do local.
O campo é dividido em 3 partes. A visita guiada passa pelo primeiro campo, tem vários prédios de tijolos aparentes e árvores secas, sem folhas. Parece uma vila residencial, porém é uma paisagem muito árida . Um dos prédios abriga uma exposição de fotos e pertences dos prisioneiros, como malas, milhares de calçados, óculos e até cabelos.
Os judeus não foram os únicos a serem capturados, também morreram nos campos de concentração ciganos, soviéticos, poloneses e qualquer um que se atrevesse a se posicionar contra o regime nazista.
O prédio da câmara de gás guarda toda tristeza e crueldade a que os prisioneiros foram submetidos. Sem dúvida, é onde se concentra a energia mais pesada. Tudo é muito impactante, por essa razão não é recomendada a visita para menores de 14 anos e, em muitos ambientes, é proibido tirar fotos em respeito às vítimas. Só o que posso dizer é que você não voltará o mesmo depois de passar por Auschwitz.
Ainda falando de turismo religioso, Czestochow é uma cidade a 100 km de Cracóvia e o maior centro de peregrinação da Polônia. Milhões de peregrinos vão até lá todos os anos para ver de perto o Santuário da Virgem Maria, localizado na colina de Jasna Góra.
O Santuário de Czestochowa é um templo sagrado tão importante para a Polônia quanto o Santuário de Aparecida é para o Brasil. No altar da capela está a venerada imagem da padroeira do país, a Nossa Senhora de Czestochow, um dos tesouros do mosteiro e a quem são atribuídos diversos milagres. O mosteiro foi fundado em 1382 e, entre o seu acervo, encontra-se a medalha do Prêmio Nobel da Paz recebida pelo ex-presidente polonês Lech Walesa, em 1983.
Conhecida como a cidade dos gnomos, a histórica capital da Silésia fica às margens do Rio Oder. Caminhar por essa região é bastante agradável, tanto de dia quanto de noite. Vale dizer que a Polônia, no geral, é um país bem seguro. Aliás, ver as pontes iluminadas à noite proporciona um momento mágico.
Essa cidade encantadora tem uma longa história. Fundada no século 10, pertenceu à Polônia até o século 14. Depois, foi dominada pelo Reino da Boêmia até meados do século 16 e ao Império Austro-Húngaro até o século 18. Somente em 1945, após o final da Segunda Guerra Mundial, voltou a fazer parte da Polônia.
A quarta cidade mais populosa do país tem como um grande diferencial, os gnomos. São mais de 400 “habitantes mágicos” espalhados por todos os cantos, um mais bonitinho do que o outro. Mas não se engane, pois essa tradição começou durante o domínio soviético, quando o povo protestava contra o comunismo pichando mensagens. Daí o governo pintava as paredes e o povo pintava um gnomo laranja no local onde a mensagem tinha sido apagada. Em 2005, o gnomo passou a ser o símbolo da Breslávia e virou uma atração muito divertida para crianças e adultos. Hoje tem até um aplicativo para “caçar” os gnomos.
A Praça do Mercado, no Centro Histórico, é muito charmosa e bem cuidada, as construções são coloridas dando um ar alegre ao local. Tem lojas, cafés, bares, restaurantes e barracas vendendo artesanato e comida típica. Alguns artistas também se apresentam ao ar livre para centenas de pessoas, que circulam pela praça todos os dias. A vida cultural da cidade é muito rica, com produções que vão de festivais de música a peças de teatro. A noite também oferece agito e diversão, com uma profusão de clubes e bares.
A Catedral de São João Batista é um grande edifício de estilo gótico, erguido em várias etapas. É um dos melhores exemplos deste estilo. Outra curiosidade interessante deste bairro, considerado o mais antigo da cidade, é que a iluminação conta com diversas lanternas a gás que são acesas e apagadas diariamente pelo faroleiro, um homem todo vestido de preto com uma tocha na mão, uma figura única que dá ares de conto de fadas à viagem.
O prédio principal da Universidade de Breslávia também vale uma visita. Fundada em 1702, a instituição formou 11 vencedores do Prêmio Nobel, entre eles: Theodor Mommsen, Philipp Lenard, Eduard Buchner, Paul Ehrlich, Fritz Haber, Friedrich Bergius, Erwin Schrödinger, Otto Stern e Max Born.
Durante o tour, é possível conhecer o belíssimo Leopoldinum Hall, que tem um salão barroco elaboradamente decorado, a Aula Leopoldina e seu teto de afrescos, estuque dourado e querubins esculpidos e um museu.
Por fim, a gastronomia de Breslávia é uma atração à parte, com uma série de restaurantes e bares locais que oferecem uma ampla variedade de pratos poloneses e europeus. A cidade é particularmente conhecida por seus pierogis, um tipo de pastel recheado com batatas e queijo, mas também oferece excelentes opções de carne, frutos do mar e vegetarianas.
A Breslávia ou Wroclaw é um destino turístico imperdível para quem busca uma experiência autêntica e rica em história e cultura. Com sua bela arquitetura, cena cultural ativa e gastronomia deliciosa, a cidade tem muito a oferecer para todas as idades e interesses.
Por Camila Karan – Revista Qual Viagem