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Portal Edicase
Publicado em 4 de abril de 2024 às 13:25
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças é um processo delicado que demanda uma avaliação minuciosa realizada por profissionais de saúde especializados. No entanto, muitas vezes, alguns sinais podem surgir nos primeiros anos de vida. Saber identificá-los pode ajudar no diagnóstico precoce, o que melhora a qualidade de vida dos pequenos. >
De acordo com um relatório da Rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento do CDC, publicado em março de 2023, estima-se que 1 em cada 36 crianças são diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista. >
Pensando na importância do tema, a Dra Kelly Oliveira, pediatra especialista em amamentação e sono, pós graduanda em autismo, destaca 6 sinais de atenção para pais e mães observarem em suas crianças durante o seu crescimento. Confira! >
Crianças com autismo podem andar nas pontas dos pés como uma maneira de estimular seus sentidos ou se acalmar. Além disso, esse comportamento também pode estar relacionado a dificuldades motoras ou de equilíbrio, e hipersensibilidade da criança, sendo uma forma de reduzir o estímulo tátil com o chão. >
As estereotipias são movimentos repetitivos que ajudam no diagnóstico de autismo. Elas podem envolver questões motoras mais evidentes, como balançar as mãos e os braços, agitar os dedos, balançar de um lado para o outro e andar pra lá e pra cá repetidamente. Também pode ocorrer a repetição de sons. Normalmente, isso acontece quando a criança recebe muitos estímulos ao mesmo tempo. >
Embora seja comum se incomodar com um som demasiadamente alto, as crianças autistas podem apresentar uma aversão particularmente forte a esses ruídos. Elas podem reagir fazendo caretas, sinais de dor ou colocando as mãos nos ouvidos. Além disso, podem apresentar a mesma aversão ao contato físico, não gostando do toque das pessoas e irritando-se ao receber carinhos e abraços. >
Os bebês desde muito cedo aprendem a fazer contato visual com seus pais e, logo em seguida, começam a imitar as reações, emoções, atitudes e comportamentos dos seus cuidadores. Crianças autistas possuem dificuldade em reconhecer emoções e expressões faciais, por isso, podem demonstrar pouca ou nenhuma emoção diante das reações das pessoas ao seu redor. Também é comum que crianças autistas não olhem quando são chamadas pelo nome ou não sustentem o olhar, evitando o contato visual. >
Crianças com TEA podem parecer desatentas e responder de maneiras diferentes aos estímulos externos. Por exemplo, quando alguém tenta chamar a atenção e elas não viram a cabeça para a direção da pessoa. Não apontar na direção de objetos e não demonstrar curiosidade também podem ser pontos de atenção. >
Crianças com TEA podem apresentar dificuldades para se comunicar e não apresentar o nível de fala esperado para a idade. Existem casos de crianças com TEA que balbuciam e choramingam durante os primeiros anos de vida, mas logo depois, param de se comunicar. Este deve ser um dos principais pontos de atenção, pois a intervenção precoce é crucial para ajudar crianças autistas a desenvolverem a comunicação. >
O diagnóstico de autismo pode demorar vários meses para ser confirmado depois que os responsáveis pela criança identificam os primeiros sinais. Por isso, é de extrema importância que, caso exista qualquer suspeita, os pais ou cuidadores conversem com o pediatra ou neuropediatra e iniciem o tratamento o quanto antes. O trabalho de uma equipe médica multidisciplinar, que inclui pediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos, é fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar da criança. >
Por Isabel Bergami >