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Portal Edicase
Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 19:53
Nos caminhos do exuberante Vale do Ribeira, um paraíso natural guarda experiências autênticas de ecoturismo e cultura local. Os tesouros do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, o PETAR, são tão impressionantes quanto suas famosas cavernas. >
A aventura começa na Caverna Água Suja, mas, desta vez, em sua entrada superior. Uma curta caminhada leva ao emocionante rapel livre de 25 metros. Quem recebe os visitantes é Tom Cardoso, da agência Planeta Trilha, com uma das mais novas atrações da região: o rapel no escuro. Cintos afivelados, capacete e mosquetão: hora de apagar as luzes. >
A atividade brinca com a sensação de flutuar no ar entre a escuridão subterrânea e um silêncio tão profundo quanto liberador. Depois do rapel no escuro, chega ao PETAR o Circuito Ponta de Flecha. Com a proposta de oferecer experiências para todos os níveis, a Gruta do Lago Suspenso inclui rapel e flutuação em uma lagoa verde brilhante. >
A Pousada Gamboa é outro ponto de partida para quem ama ecoturismo . Aqui, é possível realizar passeios de caiaque, stand-up paddle e bote inflável pelo rio Ribeira. O sol começa seu rito alaranjado de despedida entre as montanhas, e o Piquenique nas Alturas é o melhor lugar para apreciar o espetáculo. >
Sheyla Gouveia, criadora do Caminhos do Petar, promove experiências gastronômicas em um dos mais exclusivos mirantes da região. Sua seleção de vinhos regionais, queijos, uvas e pães de fermentação natural é servida nas cerâmicas do coletivo de artesãs Arte Looze. Um momento romântico por natureza, mas também de contemplação para toda a família. >
Entre os picos e vales que margeiam o Ribeira, a palmeira Jussara se destaca na paisagem. Sua preservação é uma preocupação central na Mata Atlântica que cobre o parque; e sua extração, estritamente proibida. >
No entanto, a tradição e as receitas com palmito fazem parte da cultura local. A solução? Introduzir o palmito pupunha, lá do Nordeste, em terras paulistas. No quilômetro 10 da Estrada Iporanga, a família Araújo transformou seu sítio na Terra do Palmito Pupunha. >
A Palmitolândia, comandada pela ex-publicitária Gabi Rodrigues, desempenha um papel fundamental na ressignificação do palmito. Ela cria diversas receitas, desde as tradicionais tortas de palmito até cervejas, sushis e sobremesas, tudo com o “ouro branco” como protagonista. Os visitantes também têm a oportunidade de acompanhar o processo de extração do palmito durante uma trilha pelo terreno. >
No centro histórico da cidade, a igreja matriz de Iporanga e seus casarões remetem a um Brasil de outro tempo. Em uma dessas casas, a chef Val Ribeiro conduz propostas gastronômicas que conectam o mundo ao Vale do Ribeira. >
No Restaurante Casarão, além de um menu repleto de produtos locais, ocorrem noites temáticas. A cada mês, pratos de diferentes nacionalidades são servidos a preços acessíveis, permitindo que a população local, além dos turistas, desfrute de uma noite memorável em uma arquitetura histórica da região. >
As trouxinhas de taioba, prato idealizado pela Chef Val, são as estrelas do cardápio. As panquecas ressaltam o sabor da PANC e celebram os sabores brasileiros. Para finalizar a noite, vale provar uma generosa colherada do brigadeiro de capim-santo do restaurante Restau-rar, com aquele toque de doce de casa. >
Assim como a taioba, a banana desempenha um papel essencial na vida dos moradores do Vale do Ribeira. As plantações de banana acompanham qualquer paisagem por lá, mas é no Quilombo Ivaporunduva que elas ganharam o selo orgânico do IBD. Seu Ditão, líder quilombola e fundador do CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos, luta incansavelmente pela preservação do território e da cultura local. >
O Ivaporunduva recebe grupos escolares e visitantes para um roteiro de turismo étnico-cultural. Além de desfrutar de um almoço orgânico com produtos de quilômetro zero, também é possível pernoitar na pousada do quilombo para uma imersão completa. >
Para quem decide acordar mais perto do PETAR, o Glamping Mangarito combina contato com a natureza, conforto e glamour . Por fora, cabanas rústicas, mas com uma decoração moderna e aconchegante em seu interior. Desde o grande deck da piscina, é possível observar pássaros coloridos e o SPA completo. O Mangarito é um verdadeiro oásis na Mata Atlântica, que oferece, em seu café da manhã completo, um despertar tranquilo e saboroso. >
Na tradicional Pousada das Cavernas, os hóspedes são parte de uma grande família. É a pedida ideal para quem vai com crianças e também para grupos maiores. Já para quem busca uma hospedagem em grande estilo, o Hotel Porto do Ribeirão oferece uma estadia de padrão internacional, com o melhor da hospitalidade no Vale. >
Essa jornada termina pelas trilhas do PETAR, com pontos brilhantes no caminho. São os cogumelos bioluminescentes, facilmente encontrados no verão, a partir do mês de novembro. O IPBio, Instituto de Pesquisas da Biodiversidade, é uma das instituições que pesquisam as diferentes espécies no parque. >
O Vale do Ribeira possui ao menos 27 dentre as 105 espécies de cogumelos bioluminescentes já catalogadas, o que transforma a região na área com a maior concentração destes fungos do planeta. Com as agências oficiais do parque, é possível agendar passeios noturnos para a observação deste fenômeno na Mata Atlântica. >
Cassius Vinicius Stevani, professor da Universidade de São Paulo, reconhecido por sua experiência em bioluminescência fúngica, estabeleceu uma parceria com o IPBio e com o biólogo Henrique Domingos para pesquisar cogumelos bioluminescentes no Vale do Ribeira. >
Para incluir os brilhantes cogumelos no roteiro em qualquer época do ano, basta visitar a Reserva Betari, onde são conduzidas as pesquisas de campo e a importante construção do banco de espécies. >
Por Raquel Cintra Pryzant – revista Qual Viagem >
Jornalista de viagem com mais de seis anos de experiência na criação de conteúdo multiplataforma, produção audiovisual e coordenação de colaboradores. Graduada em São Paulo com mestrado em Barcelona. Compartilha o mundo em publicações internacionais com raízes brasileiras como elemento distintivo. Fundadora também do projeto Sola no mundo, que desde 2017 difunde reportagens e documentários sobre destinos e cultura latino-americana . >