ABI lança protocolo antifeminicídio para apoiar cobertura jornalística

Guia propõe boas práticas para veículos de comunicação e pretende auxiliar no enfrentamento à violência contra as mulheres

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Publicado em 26 de abril de 2024 às 16:49

Protocolo Antifeminicídio – Guia de Boas Práticas para a Cobertura Jornalística
Protocolo Antifeminicídio – Guia de Boas Práticas para a Cobertura Jornalística Crédito: Divulgação

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai promover o lançamento oficial do Protocolo Antifeminicídio – Guia de Boas Práticas para a Cobertura Jornalística na próxima terça-feira (30), às 10h. O evento acontece no Auditório Samuel Celestino, no 8º andar do Edifício Ranulfo Oliveira, no Centro Histórico.

O Protocolo Antifeminicídio, apresentado inicialmente em formato e-book, é um guia prático dirigido a jornalistas e profissionais da comunicação, como uma espécie de roteiro que pode ser adaptado à apuração e redação de notícias sobre esses crimes. Ele traz orientações para uma investigação séria e alerta sobre a necessidade de a categoria conhecer as consequências legais das distintas formas de violências contra a mulher, além do claro entendimento do que é o crime de feminicídio.

A publicação se vale de casos icônicos dos noticiários baiano e brasileiro para alertar sobre a construção de estereótipos e o fenômeno da revitimização, além de trazer dados estatísticos, indicação de fontes de informação e redes de acolhimento para vítimas de violência.

Há também uma seção dedicada a mostrar casos de veículos que já vêm adotando a prática de agregar, ao final das notícias sobre feminicídio e violência contra as mulheres, uma orientação direta, para combater a passividade e estimular a denúncia e o acionamento de medidas de prevenção.

Entre 2017 e 2023, foram registrados 672 feminicídios na Bahia, sendo que 92,6% dos crimes foram cometidos por companheiros ou ex-namorados das vítimas. Os dados são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em cooperação com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Em 2024, até fevereiro, já haviam sido registrados 7.800 boletins de ocorrência, no âmbito da Lei Maria da Penha em todo o estado.

Para a Diretoria da ABI, em um cenário onde a informação é disseminada rapidamente, a responsabilidade do jornalista transcende a mera transmissão de notícias e abrange a compreensão profunda dos temas abordados. A iniciativa de construção desse protocolo veio do entendimento do papel que as mídias desempenham no registro dessas ocorrências, já que, muitas vezes, a forma que o assunto é noticiado influencia a opinião pública e causa discussões importantes na sociedade.

“O documento reforça o compromisso da ABI com o fortalecimento da ética e responsabilidade na imprensa. Nossa expectativa é discutir e fomentar a iniciativa, pioneira no estado, no esforço de orientar os jornalistas sobre como abordar as violências de gênero”, destaca Jaciara Santos, diretora de Comunicação da ABI.