VIOLÊNCIA

Nove a cada dez feminicídios na Bahia são cometidos pelo parceiro da vítima

Apenas em 2023, a Bahia registrou 108 feminicídios, de acordo com dados da SEI

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Publicado em 12 de março de 2024 às 18:32

Ato contra o feminicídio no Distrito Federal na cidade satélite de São Sebastião (DF)
Apenas em 2023, a Bahia registrou 108 feminicídios Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Dos casos de violência contra mulheres registrados na Bahia, 92,6% foram cometidos por parceiros íntimos das vítimas, sejam companheiros, ex-companheiros ou namorados. Esse índice está entre os dados do infográfico Feminicídios na Bahia, realizado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) em parceria com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

As informações utilizadas são derivadas dos Boletins de Ocorrência (BO) registrados pela Polícia Civil entre os anos de 2017 e 2023. Nesse período, foram registrados na Bahia 672 feminicídios. Isso significa que uma mulher foi vítima letal de violência de gênero a cada três dias. Em média, os feminicídios cresceram 7,6% ao ano.

Apenas em 2023, a Bahia registrou 108 feminicídios, o que representa um aumento de 0,9% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 107 casos. Em termos comparativos, em 2023, 1,5 mulheres foram vítimas de feminicídio a cada 100 mil baianas, enquanto que no primeiro ano da análise, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 100 mil.

Quanto à caracterização do crime, a maioria foi por objeto perfurocortante. Ou seja, na Bahia, de 2017 a 2023, quase metade dos casos de feminicídios foram por armas brancas: 46,6%. As armas de fogo (28,5% do total de casos) e os objetos contundentes (8,0%) também são instrumentos em destaque. Outros instrumentos respondiam pela participação restante (16,9%).

Sobre o local de ocorrência, verifica-se que aproximadamente 80% dos casos ocorreram dentro do domicílio da vítima. Referente ao perfil das mulheres, a maioria tinha idade adulta (de 30 a 49 anos), eram negras (pretas e pardas) e não-solteiras.

Os dados apontam para um padrão específico de ocorrência para esse tipo criminal, o que pode auxiliar na construção de medidas mais efetivas para a salvaguarda da vida das mulheres vítimas de violência de gênero, segundo a SEI.