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Larissa Almeida
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 05:45
Um encontro romântico na praia marcado de última hora tinha tudo para dar certo, na perspectiva da manicure baiana Camile Vitória, de 23 anos. Para ela, era a chance de tirar a cabeça do trabalho e conhecer alguém que já conversava há algum tempo. O que ela não esperava é que se veria em apuros porque o ‘ficante’ decidiu não pagar o almoço – ou mesmo um lanche. “Se a pessoa te chama para ir para a praia, ela tem que te dar pelo menos alguma coisa para comer, e isso não aconteceu”, diz.
Para ela, os sinais de que o encontro iria desandar começou com o convite, que surgiu por volta de 12h. O rapaz, que havia dito a Camile que trabalhava próximo a praia, insistiu para que a manicure fosse o encontrar e pediu que ela solicitasse um transporte por aplicativo. Quando ela chegou ao destino, ele a viu pagando o motorista e não fez nenhum movimento para ressarci-la.
O fato de que ele não pagou a corrida a incomodou, mas não a ponto de desistir do encontro. Eles foram para a praia, o rapaz pediu duas águas de coco e os dois começaram a conversar sobre futebol. Só que, à medida que o relógio ia se aproximando das 12h30 e, depois, das 13h, a fome de Camile deu sinais de ficar insustentável. O rapaz, que estava alheio à fome do par, resolveu puxar um assunto sobre comida.
“Ele olhou para mim e perguntou se eu confiava em comer essas coisas de praia. Eu disse que sim. Ele disse ‘Ah, eu não gosto e, como eu estou malhando, eu prefiro não comer’. Ele pediu dos energéticos, mas não comprou nada sólido. A minha garganta estava seca, a água de coco tinha acabado e eu estava morrendo de fome. Os ambulantes chegavam oferecendo coisa para comer e ele dizia que nós não queríamos”, conta.
Ao notar que o par não pediria nenhum alimento, a manicure começou a pedir um carro por aplicativo e mandou mensagem para o pai pedindo que ele ligasse para ela. A tática foi usada para que ela pudesse ir embora dando como desculpa um pedido de favor do pai. Camile conseguiu ir embora, mas ficou marcada pelo episódio.
“Quando eu cheguei em casa, ele me mandou mensagem perguntando se eu tinha gostado. Eu nunca respondi, porque achei aquilo inadmissível. Pensei se ele realmente não tinha dinheiro ou se ele só não queria gastar comigo. Um tempo depois, ele saiu com uma menina que eu conheço e levou ela para o Viva Gula. Eu só pensei que eu deveria ser muito feia, porque não era possível. Ela pegou uma torta enorme e um suco, enquanto eu fui para a praia, me arrumei toda, fiquei no sol toda bonita, para ele me deixar com fome”, desabafa.
Uma estudante de Comunicação de 24 anos, que preferiu não se identificar, pagou um mico por não saber dizer ‘não’ a dois ficantes. “No mesmo dia, os dois tentaram marcar ‘dates’ comigo. Eu marquei com a menina primeiro e ela tinha me chamado para jantar na casa dela. Só que não deixou claro que era um jantar só para nós duas e eu entendi que seria um jantar junto com outras meninas. Pensei que, se ia ser um jantar em conjunto, daria para levar o menino que eu estava ficando”, inicia.
A jovem resolveu colocar em ação a ideia que teve e ficou constrangida quando notou que o ‘date’ era romântico e a dois. Àquela altura, já era tarde demais. “Eu não quis cancelar nem com ele nem com ela. Levei ele e o apresentei como meu amigo, mas ela percebeu. Foi um jantar com climão. Ela manteve o decoro, esperou eu ir embora e me ligou para me xingar todinha. Nunca mais a vi, mas namorei com o menino”, completa.
Outro mico foi protagonizado por uma estudante universitária de 21 anos. A jovem conta que, no primeiro encontro após anos de relacionamento, se viu em uma cena digna de filme de comédia.
“Eu estava reiniciando a vida de solteira e estava um pouquinho nervosa. O menino me levou para um samba no Rio Vermelho em um dia de segunda-feira. [...] Chegando lá, ele me ofereceu uma caipirinha e eu pensei que era ótimo, porque eu iria relaxar. Quando ele me entregou a bebida e eu fui apoiar na mesa, simplesmente derrubei a caipirinha em mim. Meu vestido era branco e eu fiquei daquele jeito, [...] totalmente sem graça”, relata.
A estudante Flora Benedito pagou mico em um date com um rapaz cuja química não fluiu. À época com 17 anos, eles marcaram de ir à praia da Barra e, quando estavam no mar, ele deu um jeito de ir embora. “Fazia apenas uns 15 minutos que a gente tinha se encontrado. Estávamos no mar, quando do nada ele fala ‘Lembrei que tinha marcado de fazer um negócio com meu pai hoje, vou ter que ir’. Fiquei chocada, porque obviamente foi só uma desculpa para sair do ‘date’. Ainda, acompanhei o querido até o ponto de ônibus”, recorda.
No caso de outra estudante, que ficou em anonimato, um ‘date’ ficou marcado por uma situação inusitada do par. Ambos haviam marcado um encontro na Barra e, ao chegar no local, o rapaz pediu para que a jovem a encontrasse em uma farmácia. “Assim que entrei, vi o homem, pela primeira vez na vida, com um corte enorme na mão”, diz.
“Eu olhei para ele sem entender e ele me explicou que uma taça quebrou em cima da mão dele. Eu murchei na hora e disse para remarcarmos, mas ele disse que estava bem. Só que ele faz várias caras de dor. Uma hora, toquei na mão dele enquanto falava alguma coisa e ele puxou com tudo. Foi uma situação muito singular, no mínimo”, avalia.