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Basílica do Bonfim completa 270 anos em 2024; conheça a história

Templo abriga uma das devoções mais populares da Bahia

  • M
  • Millena Marques

Publicado em 5 de janeiro de 2024 às 08:45

Basílica do Senhor do Bonfim
Basílica do Senhor do Bonfim Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Foi por meio da promessa de um português, o capitão de mar e guerra Theodósio Rodrigues de Faria, que o templo dedicado ao Senhor do Bonfim, hoje Basílica Santuário Nosso Senhor Bom Jesus do Bonfim, foi erguido na cidade de Salvador, em 1754. A imagem do Cristo Crucificado chegou nove anos antes, em 1745, trazida da cidade de Setúbal, localizada na região metropolitana de Lisboa. São 270 anos da inauguração do templo que abriga uma das maiores devoções do povo soteropolitano, talvez a principal delas.

Se fosse salvo de um possível naufrágio nas águas do Atlântico, Theodósio Rodrigues de Faria, traficante de escravizados, ergueria um templo de devoção ao Senhor do Bonfim, na imagem do Jesus Crucificado. A prece foi atendida e, assim, o capitão de mar e guerra cumpriu a promessa.

A imagem do Crucificado chegou em 1745 junto com uma imagem de Nossa Senhora da Guia. Inicialmente, as duas ficaram na Igreja de Nossa Senhora da Penha, localizada no bairro da Ribeira e que existe até hoje. A construção do templo começou, de fato, um ano após a criação da Devoção de Nosso Senhor do Bonfim, em 1746.

A Igreja do Bonfim, assim como tantos outros templos religiosos históricos, não foi concluída no momento em que foi inaugurada, pelo contrário, outras intervenções arquitetônicas foram feitas ao longo dos séculos XVIII e XIX. É o que explica o historiador Rafael Dantas, pesquisador na área de cultura material e iconografia com ênfase na divulgação da Cidade do Salvador e Bahia no Brasil e no mundo.

"Términos da fachadas, finalização de torres e decoração interna, por exemplo, passam fazer parte do tempo no decorrer do século XVIII e início do século XIX. Por isso, ela é uma igreja de fachada rococó, interior neo-clássicos e outros elementos que são colocados no decorrer dos anos seguintes", pontua.

Construída especialmente para abrigar a imagem do Senhor do Bonfim, a Basílica Santuário foi tombada pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938. "A Basílica é um recorte de um tempo. Ela traduz a fé e a força do catolicismo nos séculos XVIII e XIX. Esse lugar também é referência para culturas de matriz africana", explica o historiador Rafael Dantas.

Atual reitor da Basílica, padre Edson Menezes ressalta a importância do templo para o povo soteropolitano. "A Igreja do Bonfim é uma referência da nossa fé. É um lugar onde geralmente acontece a experiência do diálogo religioso, do ecumenismo, do sincretismo e de uma relação pacífica e respeitosa. Aqui, cultivamos a cultura do encontro", pontua.

Lavagem do Bonfim

Ao longo dos seus 270 de anos história, o templo foi palco de muitas manifestações religiosas. A Lavagem do Bonfim, a principal delas, ninguém sabe, ao certo, quando começou a ser realizada. No entanto, hoje, é uma manifestações culturais mais importantes do estado.

É na Colina Sagrada que religiosos, católicos ou não, se reúnem para pedir a benção e proteção do padroeiro não-oficial da Bahia - título concedido a São Francisco Xavier. É lá que as pessoas unem o sagrado e o profano na quinta-feira que antecede a Folia de Reis na Bahia, com a tradicional Lavagem do Bonfim, celebrada, neste ano, no dia 11 de janeiro.

Atualmente, os devotos e foliões saem da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Comércio, e percorrem 8 quilômetros até chegar ao Largo do Bonfim, onde ocorre a lavagem das escadarias da Basílica. Neste ano, a tradicional festa acontece no dia 11 de fevereiro, na primeira quinta-feira após a Folia de Reis.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo