Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Larissa Almeida
Publicado em 13 de novembro de 2023 às 05:00
A chegada de novembro costuma dar início, oficialmente, ao clima de fim de ano na Bahia. Nessa época, o comércio se movimenta com maior intensidade graças a Black Friday, dia que reúne ofertas em todos os segmentos para aqueles e aquelas que querem aproveitar uma boa promoção ou antecipar as compras de Natal. Em 2023, o evento está previsto para acontecer no dia 24 de novembro. Neste ano, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) projeta uma movimentação mensal de R$7,2 bilhões, o que representa um crescimento de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com Guilherme Dietze, consultor econômico da Fecomércio-BA, a alta anual se deve à melhora das condições econômicas das famílias baianas. “Estamos falando de uma inflação mais baixa, sobretudo de uma deflação no grupo de alimentos, que mais pesa no orçamento das famílias. Então, isso permite um aumento do poder de compra. Ao mesmo tempo, há um mercado de trabalho aquecido e, além disso, o 13º salário que chega no final do mês vai ser injetado também nas compras de Black Friday e do Natal”, afirma.
O 13º salário injetado, inclusive, deve ser maior em virtude do aumento no número de carteiras assinadas na Bahia. Isso porque, em um ano, 70 mil pessoas conseguiram obter emprego formal no estado. Guilherme Dietze aponta que essa é uma variável importante para o termômetro de vendas no último bimestre do ano, já que novembro e dezembro são os meses com maiores faturamentos do ano. “Nós acreditamos que renda, emprego e crédito são variáveis que estão influenciando positivamente nas vendas do comércio, sobretudo na Black Friday”, ressalta.
Dentre os segmentos que puxam o crescimento da movimentação econômica neste mês de novembro, está o setor de vestuário, tecidos e calçados, que deve ter uma variação positiva de 7,6% em relação a 2022. Em seguida, aparecem os setores de farmácia e perfumaria, com crescimento estimado de 7,5%.
Ainda na esteira dos segmentos que têm tendência positiva, o setor de supermercados deve crescer 5,4% na comparação com novembro do ano passado. Apesar da menor variação em relação aos outros setores mencionados, o consultor econômico da Fecomércio-BA aponta que o crescimento previsto para os supermercados tem força mais significativa pelo valor gasto pelos consumidores nesses locais.
O especialista, no entanto, frisa que todos esses segmentos lideram a expansão do comércio no mês de novembro porque são setores básicos cujo consumo pelos baianos acontece através da renda própria mensal, o que está atrelado ao reflexo da segurança na renda e no emprego das famílias.
A estudante de Comunicação Lila Sousa, 30 anos, está na expectativa pela Black Friday para conseguir comprar um celular novo com um bom desconto. Ela, que está monitorando os preços pelo menos desde outubro, diz que quer economizar entre R$300 e R$500 na compra.
“Estou achando os valores um pouco altos, então estou com esperança de que durante a Black Friday tenha alguma promoção e que reduza o valor. Acho que 20% a menos já é muita coisa. [...] Eu acredito que posso conseguir até R$500 a menos. Talvez eu esteja sonhando? Talvez eu esteja sonhando, mas eu estou esperando por isso”, reitera.
Por sua vez, o eletrotécnico Leandro Pantoja, 32 anos, está adiando a compra de uma televisão para conseguir obter ofertas mais em conta no dia 24 de novembro. A decisão de postergar a aquisição do eletrodoméstico que é objeto do seu interesse ocorreu graças a uma experiência anterior com a Black Friday, quando ele conseguiu desconto de 50% em um frigobar que custava R$1,8 mil. Atualmente, a TV que Leandro está monitorando é avaliada em R$2,5 mil. “A expectativa é de conseguir um desconto, em média, de 30%, o que daria uns R$750 a menos”, diz.
Já a professora de espanhol Melina Figuerêdo, 22 anos, quer comprar pacotes de serviços na área estética e pacotes de viagens desde o início do ano, quando começou a monitorar os preços. Nessa lista, as roupas foram inclusas como produtos do seu interesse no mês passado. “Eu deixo para comprar na Black Friday e, no mês anterior, eu pensei ‘já está muito perto da Black Friday, então vou deixar para comprar lá, que tem promoções muito boas’. Quero comprar produtos e adquirir serviços de qualidade, porém com um preço um pouco mais acessível”, finaliza.
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro