Liturgia, orações e procissão: morte de Jesus Cristo é lembrada durante a sexta-feira da Paixão

Catedral Basílica recebeu devotos na tarde desta sexta-feira (29)

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 29 de março de 2024 às 20:53

Devotos na Catedral Basílica de Salvador
Devotos na Catedral Basílica de Salvador Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

O sentimento comum entre os fiéis que compareceram a Catedral Basílica de Salvador, no Centro Histórico, era o de reflexão. A sexta-feira da Paixão é voltada para a recordação do momento da morte de Jesus Cristo. No local, foi realizada a Liturgia da Paixão do Senhor, na tarde desta sexta-feira (29).

O dia simboliza a segunda parte do Tríduo Pascal, o conjunto de celebrações realizados entre a quinta-feira e o sábado da Semana Santa. É o único dia do ano onde não são realizadas missas. A cerimônia foi presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha. Ele diz que a celebração tem como objetivo refletir sobre a morte de Cristo e a forma como os fiéis veem o próximo.

“Nesse momento, nós somos convidados a olhar para a cruz de quem mais sofre e precisa de solidariedade. Tem muita gente passando por situações de violência, de enfermidade. Neste dia, nós olhamos para a cruz de Jesus crucificado, mas ao mesmo tempo somos convidados a voltar o olhar para as pessoas que mais sofrem, sendo mais solidários com elas”, afirmou.

Os fiéis ocuparam os assentos da catedral. Além dos locais, diversos turistas foram ao local acompanhar a cerimônia. Um deles foi o advogado manauara, André Caria, 58 anos. Ele conta que esteve no Largo Terreiro de Jesus na última quinta-feira (28) e decidiu voltar no dia seguinte para a celebração.

“É uma emoção muito grande vir na catedral e participar da missa da paixão de Cristo. Estar em Salvador nesse momento tem um significado muito grande por conta da mistura entre religiões, mostrando que Deus é um só. Hoje é um dia de reflexão para que as pessoas possam olhar mais o próximo para cultivar o amor que Jesus nos ensinou”, explicou.

Dona Elina junto ao corpo de Jesus
Dona Elina junto ao corpo de Jesus Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

Próximo ao final da solenidade, as imagens do Cristo crucificado e de caixão de Jesus foram deixadas no altar. Os devotos passaram pelo local prestando orações enquanto tocavam nas imagens. Muitos deles saíram emocionados, como a servidora pública Elina Silva, 61 anos. “Hoje é um dia de penitência, silêncio e oração. De lembrar toda a dor e sofrimento que ele passou por nós. Eu estou fazendo jejum até agora e estar aqui simboliza minha fé. Todo católico tem que participar desse momento”, disse.

Após o final da liturgia, foi realizada a procissão do Senhor Morto, onde o corpo de Cristo sai da Igreja de Nossa Senhora do Carmo e segue pelas ruas do Centro Histórico. Por volta das 17h, o cortejo realizou uma parada na Catedral Basílica, onde foram prestadas novas orações.

“Teremos a oportunidade de ouvir o chamado Sermão das Sete Palavras, as sete palavras que Jesus dirigiu na cruz. Um momento muito especial de fé, mas ao mesmo tempo de caminhar juntos, como irmãos e amigos. A Páscoa é tempo de vida nova. É a passagem da morte para a vida. Nós esperamos construir um mundo de paz através do amor ao próximo, especialmente daquele mais sofredor, mas também através da reconciliação e do perdão”, completou o cardeal.

Procissão do Senhor Morto
Procissão do Senhor Morto Crédito: Ana Albuquerque/CORREIO

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela